Renê da Silva Nogueira Júnior, 47 anos, foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio duplamente qualificado do gari Laudemir de Souza Fernandes, 44, ocorrido em 11 de agosto no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte. O crime foi motivado por uma discussão de trânsito e contou com o uso de arma ilegal.
De acordo com o Departamento de Homicídios (DHPP), o empresário responderá também por porte ilegal de arma e ameaça. A pena total pode chegar a 35 anos de prisão. A delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, esposa de Renê, foi indiciada por ceder a arma utilizada no crime – prática ilegal mesmo para agentes públicos.
As investigações comprovaram que Renê portava a arma da companheira com frequência e agiu por motivo fútil. Provas incluem imagens de câmeras, perícia técnica, dados do veículo e do celular do acusado, além de testemunhas.
O caso segue agora para o Ministério Público, que decidirá pela denúncia à Justiça. A delegada pode receber pena de 2 a 4 anos, com possível aumento de 50% por ser servidora pública.
Relembre caso de gari assassinado em BH
Laudemir de Souza Fernandes foi morto após Renê de Souza Junior, de 47 anos, motorista de um carro modelo BYD, em uma briga de trânsito. O empresário diz que o gari estava ‘atrapalhando a passagem’. Imagens de câmera de segurança mostram o momento em que o criminoso chega no local e atinge o trabalhador.
Testemunhas confirmaram à polícia que Renê Júnior, irritado com o caminhão de lixo estacionado durante a coleta, primeiro ameaçou a motorista dizendo “atirarei na sua cara” com uma arma. Quando os garis interviram pedindo calma, ele desceu do veículo e efetuou o disparo que atingiu Laudemir no tórax. Ele chegou a ser encaminhado para o Hospital Santa Rita, mas não resistiu.
Na quinta-feira (21), o Ministério Público prorrogou a investigação do caso por mais dez dias. O inquérito ainda aguarda informações da operadora Claro e da montadora BYD sobre registros de movimentação e rastreamento do veículo usado no crime. Renê, que confessou ter atirado contra o gari, permanece preso no presídio de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
De acordo com registros judiciais, Renê foi condenado por homicídio culposo em 2011, após um acidente de trânsito no bairro Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Na ocasião, ele dirigia em alta velocidade e atropelou uma mulher de 50 anos, que não resistiu aos ferimentos. O caso foi registrado como acidente, mas resultou em condenação pelo crime.
Também no RJ, o empresário foi preso por violência doméstica em 2003, quando agrediu a ex-esposa com duas vassouradas durante uma discussão na casa onde moravam, em Belford Roxo, na baixada. No depoimento, ele admitiu as agressões, alegando que perdeu o controle emocional. Além disso, há registros de crimes de extorsão e perseguição cometidos no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Renê é casado com a delegada Ana Paula Babino, da Polícia Civil de Minas Gerais. Em depoimento, ele disse que a arma é de propriedade dela, sendo apreendida pela perícia logo depois.
Ainda na delegacia, ele disse que seguiu a rotina do dia-a-dia ao sair de sua casa em Nova Lima às 8h07 rumo ao trabalho em Betim, na Grande BH, onde é diretor de uma empresa de alimentos saudáveis. Em seguida, ele almoçou, passeou com os cachorros e foi à academia de alto padrão no bairro Estoril, na capital, por volta das 16h, até ser preso. Em nenhum momento, o homem teria assumido a autoria do crime, fato contestado pelas imagens.
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