A Justiça concedeu uma liminar que impede Matteos França Campos, acusado de matar a própria mãe, a professora Soraya Tatiana Bonfim França, de 56 anos, em BH, de utilizar ou administrar os bens deixados por ela. A decisão foi proferida pelo juiz Antônio Leite de Pádua, da 4ª Vara de Sucessões da capital.
O pedido partiu do pai da vítima, Nilton França, que ingressou com uma ação pleiteando a exclusão do filho da herança por indignidade. Esse recurso legal impede alguém de herdar em razão de ter cometido crime contra o autor da herança.
Em sua decisão, o magistrado considerou existirem indícios de feminicídio e riscos de que os bens pudessem ser transferidos ao acusado, justificando a medida cautelar. Matteos, que desde julho está preso em Caeté, na Grande BH, ainda não foi formalmente notificado sobre o processo. A notificação será feita por via postal.
Após a defesa do acusado se manifestar, o caso seguirá para análise do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que também se pronunciará sobre o pedido de exclusão da herança.
Assassinato na Grande BH foi motivado por dívida de jogo
Na confissão à Polícia Civil, Matteos relatou que estrangulou a mãe na noite de 18 de julho após discussão sobre dívidas e jogos, alegando “surto”. Em seguida, colocou o corpo no porta-malas do carro da vítima e o abandonou em área de mata no Conjunto Caieiras, em Vespasiano.
Nos dias seguintes, participou das buscas, carregou o caixão no velório na última terça (22) e homenageou Soraya nas redes sociais, enquanto as investigações revelavam contradições: ele enviou trechos editados de câmeras de segurança omitindo cenas cruciais, mas a polícia obteve as gravações completas.
A polícia investiga se ele simulou sinais de violência sexual no corpo da mãe para desviar as investigações – hipótese não corroborada por laudos preliminares. O celular do acusado não foi localizado nas buscas, e o carro de Soraya permanece sob perícia. Os laudos definitivos devem sair antes do fim do prazo de prisão temporária, que é de 30 dias.
Matteos França trabalhava como assessor de comunicação estratégica na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDS) desde 2021. Formado em Relações Públicas, ele se apresenta como analista de marketing e mídias sociais. O Governo de Minas determinou a exoneração do cargo público após a prisão.
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