A juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza, do Tribunal do Júri de BH, rejeitou o pedido para realização de exame de insanidade mental de Matteos França, de 32 anos, que confessou ter assassinado a própria mãe, a professora Soraya Tatiana, de 56 anos, em julho deste ano. A decisão foi divulgada nesta terça-feira (4).
Em sua fundamentação, a magistrada afirmou que a defesa não apresentou indícios concretos que justificassem a avaliação psiquiátrica. Ela destacou que relatos sobre problemas com jogos de azar, embora existentes, não são suficientes para presumir incapacidade mental no momento do crime, especialmente pela ausência de documentação médica que apoiasse o pedido.
A juíza também levou em consideração o parecer do Ministério Público, que se manifestou contra a realização do exame. Paralelamente à decisão, foram marcadas as audiências de instrução do caso para os dias 18 e 19 deste mês, no Fórum Lafayette, no bairro Barro Preto. Nessas datas, serão ouvidas testemunhas de acusação e defesa, além do próprio réu.
Assassinato na Grande BH foi motivado por dívida de jogo
Na confissão à Polícia Civil, Matteos relatou que estrangulou a mãe na noite de 18 de julho após discussão sobre dívidas e jogos, alegando “surto”. Em seguida, colocou o corpo no porta-malas do carro da vítima e o abandonou em área de mata no Conjunto Caieiras, em Vespasiano.
Nos dias seguintes, participou das buscas, carregou o caixão no velório e homenageou Soraya nas redes sociais, enquanto as investigações revelavam contradições: ele enviou trechos editados de câmeras de segurança omitindo cenas cruciais, mas a polícia obteve as gravações completas.
A polícia investiga se ele simulou sinais de violência sexual no corpo da mãe para desviar as investigações – hipótese não corroborada por laudos preliminares. O celular do acusado não foi localizado nas buscas, e o carro de Soraya permanece sob perícia. Os laudos definitivos devem sair antes do fim do prazo de prisão temporária, que é de 30 dias.
Matteos França trabalhava como assessor de comunicação estratégica na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDS) desde 2021. Formado em Relações Públicas, ele se apresenta como analista de marketing e mídias sociais. O Governo de Minas determinou a exoneração do cargo público após a prisão.
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