Frederico Souto de Azevedo, de 27 anos, foi morto com um tiro durante uma abordagem policial na noite de segunda-feira (24) no bairro Águas Claras, região do Barreiro, em BH. A morte gerou comoção entre moradores, que organizaram um protesto na manhã de terça (25).
De acordo com o Boletim de Ocorrência, agentes do Grupo Especializado de Policiamento em Áreas de Risco (Gepar) e do Tático Móvel foram à Travessa Dilson de Jesus após denúncia anônima sobre um homem armado. No local, os policiais afirmam ter avistado um suspeito de roupa preta, que fugiu. Durante a busca, Frederico, vestindo uma blusa azul, saiu de um condomínio e foi abordado. A PM relata que ele resistiu, correu e apontou uma arma, resultando em disparo fatal no pescoço. O empresário foi levado à UPA em uma viatura, mas não resistiu.
Parentes e amigos negam que Frederico estivesse armado e questionam a narrativa policial. Eles destacam que ele não tinha passagem criminal, o que foi confirmado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Fred era dono de distribuidoras de bebidas, lanchonetes e uma padaria na região do Barreiro, sendo reconhecido por moradores como figura atuante no comércio local.
Na manhã seguinte ao ocorrido, dezenas de pessoas se reuniram para protestar contra a ação policial. A PM dispersou o ato com balas de borracha, alegando “desordem pública”.
PM emite nota sobre abordagem no Barreiro
A Polícia Militar afirma que foi chamada para uma ocorrência de tráfico de drogas e um indivíduo armado. Frederico teria impedido a abordagem e que estaria com uma arma de fogo e tentou sacá-la para os agentes.
A corporação também afirmou que está em posse das imagens e que a Corregedoria irá investigar o caso. Leia a nota completa abaixo:
“A Polícia Militar de Minas Gerais, por intermédio do 41º Batalhão, informa que, em relação ao episódio ocorrido na região do bairro Águas Claras, no Barreiro, recebeu acionamento via 190, relatando a prática de tráfico de drogas no local, além da presença de um indivíduo armado. Os indivíduos em suspeição, ao serem identificados pelos policiais, evadiram para o interior do aglomerado, o qual possui histórico de ser palco de vários crimes como homicídios, tráfico de drogas e porte ilegal de armas de fogo.
No momento em que um indivíduo suspeito envolvido foi alcançado, populares se aglomeraram no perímetro mediato da abordagem, no intuito de arrebatá-lo e impedir o trabalho policial, razão pela qual os militares utilizaram equipamentos de menor potencial ofensivo para dispersar os populares e evitar maiores riscos à integridade física de todos os presentes.
Contudo, durante a dispersão dos populares, o indivíduo abordado aproveitou-se da situação e empreendeu fuga, sendo perseguido pelos militares, momento em que aquele agiu, sacando de uma arma de fogo. Para repelir a injusta e iminente agressão, os militares reagiram utilizando-se de força letal, atingindo-o. Imediatamente o indivíduo foi socorrido e encaminhado para o hospital.
Quanto às imagens, serão devidamente analisadas pela apuração que já está em curso para a tomada de medidas que se fizerem necessárias, conforme a Lei.”
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