Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, assassino confesso do gari Laudemir de Souza Fernandes, em BH, voltou a trocar de advogado de defesa. Desta vez, a pedido próprio. Dracon Luiz Cavalcante Lima, que havia assumido o caso na sexta-feira (22), foi desligado no dia seguinte. Esta é a terceira alteração na equipe de defesa do acusado.
Antes de Dracon, três advogados já haviam deixado o caso. O réu chegou a contratar um defensor específico apenas para o depoimento em que confessou o crime. Em 18 de agosto, os advogados Leandro Guimarães Salles e Henrique Viana Pereira, do escritório Ariosvaldo Campos Pires, também se afastaram.
Dracon Lima comentou, sem citar nomes, que “não promete nada ao cliente que não esteja ao seu alcance”. O novo advogado constituído é Bruno Silva Rodrigues, que atua no Rio de Janeiro. O caso segue em investigação pela Polícia Civil.
O que se sabe sobre gari assassinado em BH?
Laudemir de Souza Fernandes foi morto após Renê de Souza Junior, de 47 anos, motorista de um carro modelo BYD, em uma briga de trânsito. O empresário diz que o gari estava ‘atrapalhando a passagem’. Imagens de câmera de segurança mostram o momento em que o criminoso chega no local e atinge o trabalhador.
Testemunhas confirmaram à polícia que Renê Júnior, irritado com o caminhão de lixo estacionado durante a coleta, primeiro ameaçou a motorista dizendo “atirarei na sua cara” com uma arma. Quando os garis interviram pedindo calma, ele desceu do veículo e efetuou o disparo que atingiu Laudemir no tórax. Ele chegou a ser encaminhado para o Hospital Santa Rita, mas não resistiu.
Na quinta-feira (21), o Ministério Público prorrogou a investigação do caso por mais dez dias. O inquérito ainda aguarda informações da operadora Claro e da montadora BYD sobre registros de movimentação e rastreamento do veículo usado no crime. Renê, que confessou ter atirado contra o gari, permanece preso no presídio de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
De acordo com registros judiciais, Renê foi condenado por homicídio culposo em 2011, após um acidente de trânsito no bairro Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Na ocasião, ele dirigia em alta velocidade e atropelou uma mulher de 50 anos, que não resistiu aos ferimentos. O caso foi registrado como acidente, mas resultou em condenação pelo crime.
Também no RJ, o empresário foi preso por violência doméstica em 2003, quando agrediu a ex-esposa com duas vassouradas durante uma discussão na casa onde moravam, em Belford Roxo, na baixada. No depoimento, ele admitiu as agressões, alegando que perdeu o controle emocional. Além disso, há registros de crimes de extorsão e perseguição cometidos no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Renê é casado com a delegada Ana Paula Babino, da Polícia Civil de Minas Gerais. Em depoimento, ele disse que a arma é de propriedade dela, sendo apreendida pela perícia logo depois.
Ainda na delegacia, ele disse que seguiu a rotina do dia-a-dia ao sair de sua casa em Nova Lima às 8h07 rumo ao trabalho em Betim, na Grande BH, onde é diretor de uma empresa de alimentos saudáveis. Em seguida, ele almoçou, passeou com os cachorros e foi à academia de alto padrão no bairro Estoril, na capital, por volta das 16h, até ser preso. Em nenhum momento, o homem teria assumido a autoria do crime, fato contestado pelas imagens.
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