A Polícia Civil concluiu a investigação que apurou a morte de três mulheres da mesma família em um apartamento no bairro Barro Preto, em BH, no dia 9 de maio deste ano. As vítimas são Cristina Lúcia Bastos Teixeira, de 68 anos, Daniela Teixeira Antonini, de 42, e Giovanna Antonini, de um ano e sete meses — avó, mãe e neta.
A investigação conduzida pela Delegacia Especializada de Homicídios (DEH) Leste apontou que as mortes foram provocadas por intoxicação por monóxido de carbono, liberado por três bandejas com carvão acesas no interior do quarto.
Segundo a delegada Iara França Camargos, responsável pelo inquérito policial, os elementos reunidos nas apurações indicam que a ação foi planejada pela mulher de 42 anos. “Chegamos à conclusão de que ela arquitetou o ato, o que caracteriza o crime de homicídio seguido de suicídio. Ela vedou o ambiente, preparou os braseiros e deitou com a filha e a mãe que já dormia sob efeito de medicação”, revelou.
Os quatro cães da família também foram localizados mortos no imóvel, em avançado estado de decomposição. Os policiais coletaram cartas escritas pelas duas mulheres, além de documentos que indicam o histórico de sofrimento psíquico da investigada.
Mãe e filha mortas em apartamento de BH viviam isoladas de resto da família
Conforme apurado, mãe e filha mantinham uma rotina de forte isolamento, sem vínculos próximos com demais familiares. A mulher de 42 anos apresentava histórico de depressão desde a juventude, com relatos de tentativas de suicídio anteriores e dificuldades de relacionamento social. Após o nascimento da filha, os sintomas teriam se intensificado.
Uma carta deixada por Daniela relatava problemas financeiros como dois aluguéis e um parcela de condomínio atrasados. Ela não trabalhava e recebia de familiares e amigos e doações, além de pensão alimentícia do pai de Giovana.
“Apesar das dificuldades, as investigações mostram que a criança recebia todos os cuidados e havia apoio financeiro de familiares paternos e de programas públicos. Contudo, o adoecimento mental da mãe parece ter influenciado decisivamente em suas ações”, completou a delegada.
O inquérito foi concluído com pedido de arquivamento, já que se tratou de autoextermínio.
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