A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deve conduzir uma investigação sobre um incidente que ocorreu no bairro Bandeirantes, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, na última terça-feira (24).
Segundo informações da Polícia Militar (PM), o conflito teve origem quando uma travesti solicitou uma corrida de motocicleta por meio de um aplicativo de transporte e a utilizou para se dirigir a um local onde pretendia adquirir um pino de cocaína. Ao término da viagem, o motorista teria insistido que a travesti se desfizesse da substância entorpecente e teria se referido a ela utilizando termos inapropriados.
Conforme a versão apresentada pela travesti, o motorista estava ciente da finalidade da corrida e havia concordado em levá-la até o local em questão. Segundo o registro policial, após retornar à sua residência, a travesti exigiu a devolução do dinheiro pago pela droga (R$20) uma vez que havia descartado o pino. “Ele disse que não poderia trazer a droga, então joguei o pino na frente dele e, quando cheguei ao meu destino, o obriguei a me reembolsar pelo valor da droga”, relatou a travesti, cuja identidade permanecerá confidencial.
Ela assegura que desde o início da corrida havia informado o propósito da viagem. “Ele sabia”, acrescentou. Segundo seu relato, ele efetuou o pagamento, porém, ao sair, ameaçou retornar, atirando pedras contra o portão. Conforme a versão do motorista, neste momento, ele foi agredido.
Horas depois, já no final da tarde, um grupo composto por 10 a 15 motoboys se dirigiu à residência onde 19 travestis moravam, atirando bombas e fogos de artifício, causando danos à entrada e invadindo o local.
“Quebraram portas, janelas e telhados… Minhas amigas tiveram que pular o muro e acabaram se ferindo nos pés”, acrescentou a travesti. Uma outra residente da casa descreveu como foi o momento do ataque: “Ficamos assustadas com as bombas. Ele foi arrogante, rude e preconceituoso. Mas isso não ficará impune, a Justiça será acionada”, afirmou.