Na última quinta-feira (22), a Polícia Civil cumpriu ordens de prisão em Contagem, na Grande Belo Horizonte, contra membros de uma família implicada em uma série de assaltos violentos em Esmeraldas e outras áreas. Foram detidos um homem de 53 anos, no bairro Eldorado, e sua filha, de 23 anos, no bairro Água Branca.
Eles fazem parte de um grupo de quatro indivíduos acusados de crimes que envolvem agressões, ameaças com fogo, furto de veículos e roubo de dinheiro. O namorado da filha, considerado o mais violento do grupo, permanece foragido. Um primo dele foi preso em janeiro por um crime semelhante.
As investigações indicam que os suspeitos se beneficiavam dos itens roubados, como dinheiro e cartões de crédito, que eram utilizados para realizar compras e transferências, embora neguem ter participado diretamente dos assaltos.
O incidente mais recente ocorreu em dezembro do ano passado, quando um homem de 58 anos teve seu depósito invadido no bairro Ipê Amarelo, em Esmeraldas. Um vídeo registrou o momento da ação. Segundo a delegada Rafaella Bié, os assaltantes, armados, conseguiram dominar a vítima, agrediram-na, amarraram-na com fita adesiva e ameaçaram incendiá-la caso não realizasse transferências financeiras. Durante a tortura, a vítima afirmou que não sabia como operar o sistema de transferências, tarefa que seria executada por seus filhos.
“Os indivíduos começaram a ameaçá-lo e a fazer tortura psicológica. Eles alegaram conhecer a rotina da família, mostraram vídeos da casa e tinham informações sobre a vítima e seus filhos”, explicou a delegada. Nesse episódio, os criminosos roubaram uma caminhonete Hilux e R$ 6 mil em dinheiro. A investigação revelou que esse não foi um caso isolado, pois pelo menos cinco crimes semelhantes foram atribuídos ao mesmo grupo. Em janeiro deste ano, um dos suspeitos foi preso, enquanto pai e filha, que também estavam envolvidos, foram detidos, mas liberados posteriormente.
Imagens fornecidas à Itatiaia mostram os suspeitos relacionados ao crime. Durante os depoimentos, pai e filha admitiram apenas que utilizaram os bens roubados, incluindo dinheiro e um cartão de crédito, que foi usado para compras e pagamentos, como a aquisição de bebidas e abastecimento de veículos. Ambos negaram a participação direta nos assaltos.
“Trata-se de um núcleo familiar dedicado a cometer crimes patrimoniais com essa mesma metodologia, caracterizada por sua alta periculosidade”, enfatizou a delegada.
A delegada também informou que o grupo recebia informações de pessoas próximas aos estabelecimentos que eram alvo das ações. “Eles monitoravam momentos em que os locais estavam vazios ou com pouco movimento e, assim, aproveitavam para abordar as vítimas e roubar dinheiro ou cartões”, esclareceu.
No caso do depósito em Esmeraldas, os criminosos utilizaram o cartão roubado antes que este fosse bloqueado, realizando compras em comércios próximos e convertendo parte do valor em dinheiro. A polícia confirmou que ações semelhantes também foram realizadas com outros cartões subtraídos pelo grupo.
Com as prisões ocorridas nesta quinta-feira, três dos quatro integrantes do grupo estão sob custódia da Justiça, enquanto a Polícia Civil continua a busca pelo suspeito que ainda está foragido.