“Cometi um erro.” Essas foram as palavras de Marcos Antônio Januário, um tenente aposentado da Polícia Militar de 60 anos, ao ser detido em flagrante por tirar a vida de Paula Carolini Vieira da Costa, de 42 anos. O crime ocorreu em um apartamento no bairro Carlos Prates, na Região Noroeste de Belo Horizonte, na última quinta-feira (16), conforme relatado no boletim de ocorrência.
Januário disparou um tiro de uma pistola calibre .380 contra o rosto da mulher, com a bala entrando pelo nariz e saindo pela nuca. Perto do corpo, foram encontrados documentos que pertenciam ao autor do crime.
A Polícia Militar foi acionada por vizinhos que ouviram o disparo. Ao chegarem, encontraram Januário visivelmente agitado, com a arma utilizada no crime em sua cintura. Ele inicialmente resistiu à abordagem, alegando ser policial e se negando a ser detido. Somente após recusar-se a fornecer informações sobre a condição da vítima, foi contido e levado à viatura.
No quarto da vítima, foram apreendidos três celulares, uma máquina de cartões e um projétil calibre .380, compatível com a arma do ex-policial. Câmeras de segurança registraram os momentos após o crime, mostrando o policial em uma blusa laranja entrando no apartamento por volta das 16h01, enquanto mexia no celular. Em seguida, um disparo é ouvido, e ele é visto aparentemente desorientado dentro do condomínio, recebendo ajuda de uma moradora para sair.
Em seu depoimento, Marcos afirmou ter contratado os serviços de Paula pela internet, mas um desentendimento teria ocorrido. Segundo sua versão, ele desistiu do programa e, durante uma discussão sobre o pagamento, a mulher teria tentado pegar sua arma, resultando em um disparo acidental.
No entanto, amigos da vítima contestam essa versão, alegando que Marcos já havia se relacionado com Paula anteriormente e estava obcecado por ela, planejando o crime após ser rejeitado.
O caso foi encaminhado à Delegacia Especializada, e a Corregedoria da PMMG foi notificada para acompanhar a situação. A investigação ficará a cargo do Núcleo Especializado de Investigação de Feminicídios (NEIF) do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A Polícia Civil confirmou a prisão em flagrante do militar da reserva, que permanece detido em um batalhão da Polícia Militar, e informou que mais detalhes da investigação serão divulgados em momento oportuno.








