Um homem foi preso nesta sexta-feira (24) no Aglomerado da Serra, região Centro-Sul de Belo Horizonte, suspeito de operar um bloqueador de sinal de GPS de drones. O dispositivo estaria causando interferências em pousos e decolagens na capital mineira e na Região Metropolitana, incluindo operações no Aeroporto Internacional de Confins.
De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o equipamento foi instalado em uma área elevada, sem barreiras, o que potencializou seu alcance. Após cerca de dez dias de investigações, as equipes da agência conseguiram localizar o bloqueador na residência do suspeito.
A Polícia Militar informou que o dispositivo afetava sinais de GPS de aeronaves comerciais e também de drones utilizados em operações de segurança pública, representando um risco significativo às atividades aéreas na região. As autoridades destacaram que o uso do bloqueador resultou na perda de sinal de GPS em 21 aeronaves, forçando-as a realizar pousos por instrumentos entre os dias 17 e 21 de janeiro.
A investigação teve início após a empresa Nav Brasil, responsável pela navegação aérea no Aeroporto da Pampulha, relatar à Anatel incidentes relacionados à perda de sinal de GPS em aeronaves. Posteriormente, no dia 22 de janeiro, a Polícia Militar também notificou a agência sobre falhas semelhantes durante o uso de drones em atividades de monitoramento.
Durante uma operação conjunta entre a Anatel e a Polícia Militar, foi identificado um sinal irregular na faixa de GPS na região. Com base nas análises técnicas, o suspeito foi localizado e preso em flagrante. O bloqueador de sinal foi desativado e apreendido.
O homem foi conduzido à sede da Polícia Federal, onde deverá responder por crimes como uso não autorizado de radiofrequência, operação de dispositivo não homologado pela Anatel e interferência prejudicial à segurança aérea e às atividades de segurança pública. A legislação brasileira proíbe o uso de bloqueadores de sinal sem autorização, com penas que variam entre dois e quatro anos de detenção, conforme a Lei Geral de Telecomunicações.
A apreensão do dispositivo foi considerada um importante passo para a proteção do espaço aéreo da região.