Um homem de 30 anos foi indiciado por feminicídio após matar a companheira a facadas, de 37 anos, no bairro São Marcos, em BH, em dezembro de 2024. O crime encerrou um relacionamento marcado por mais de dez anos de violência física, psicológica e sexual, que também vitimou os oito filhos do casal.
O suspeito, preso em flagrante, responde ainda por tentativa de homicídio contra um filho de 13 anos – ferido ao tentar defender a mãe – e por estupro de duas filhas menores.
De acordo com a delegada Iara França, titular do caso, o acusado acumulava 47 registros policiais, incluindo ameaças, lesão corporal e violência doméstica. Ele já havia sido preso em 2023 por ameaçar a vítima, que trabalhava como diarista.
As investigações do Departamento de Homicídios (DHPP) revelaram um padrão de controle brutal: o suspeito queimava documentos e roupas da companheira, impedia os filhos de estudar, vigiava todos os movimentos dela e ameaçava familiares e vizinhos que tentassem ajudá-la.
Homem que esfaqueou companheira em BH expunha crianças a rituais
No dia do crime, após consumir álcool e drogas, ele invadiu a casa da família, armou-se com um facão e atacou a mulher na cozinha. Câmeras de segurança registraram a fuga desesperada da vítima para a rua, perseguida pelo companheiro, que a atingiu com múltiplas facadas mesmo após ela cair sem reação. O filho mais velho, que tentou intervir, foi ferido no braço. Testemunhas relataram que o agressor retornou à cena após trocar de faca, insistindo nos golpes ao saber que a vítima ainda estava viva.
Além da violência contra a companheira, o DHPP apurou que o homem ameaçava estuprar as filhas, privava as crianças de alimento e as expunha a rituais, como sacrificar animais e beber seu sangue na frente delas. Duas filhas já haviam sido submetidas a exames médicos por suspeita de abuso sexual. Vizinhos disseram à polícia que o suspeito também praticava automutilação e violação de túmulos, além de manter uma amante enquanto impunha regras violentas em casa.
Os filhos da vítima, incluindo o adolescente ferido, estão sob proteção do Estado. O processo tramita na Justiça.
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