A Justiça concedeu liberdade provisória ao ex-policial penal suspeito de matar a própria esposa, Jussara Cabral, de 53 anos. O crime aconteceu na segunda-feira (27) em Santa Luzia, na Grande BH. O alvará de soltura foi expedido na terça-feira (28), um dia após o fato.
A juíza Maria Beatriz Fonseca da Costa Biasutti Silva, da Comarca de Santa Luzia, tomou a decisão após avaliar que o investigado é réu primário e não possui nenhum antecedente criminal. Com isso, o acusado vai responder pelo processo em liberdade até que seja alvo de alguma decisão contrária da Justiça.
De acordo com o boletim de ocorrência, o casal se preparava para dormir quando Jussara ficou incomodada com a temperatura do ar-condicionado. Os dois começaram a discutir e, segundo o suspeito, Jussara pegou a arma dele e fez um disparo, que atingiu o braço dele de raspão. Na sequência, o ex-policial penal teria tomado a arma da mulher e dado dois tiros no peito e nas costas da vítima.
Família se revolta contra decisão
A liberdade provisória concedida após audiência de custódia revoltou os familiares, que pedem por justiça e questionam a decisão.
“Por que a palavra da mulher não vale nada e dele vale? A gente está aqui com um corpo dentro do caixão. A palavra dele está valendo mais que a nossa? O mínimo que queremos é que seja feita a justiça, minha tia não vai estar mais com a gente. Ela salvava tantas vidas, tinha orgulho de ser socorrista, mas acabou com um tiro da pessoa que era pra amar e proteger ela” , questiona a sobrinha da vítima.
O caso é investigado pela Polícia Civil de BH. O ex-policial penal foi indiciado por feminicídio e porte ilegal de arma de fogo.