Os corpos de Daniela Antonini, de 40 anos, e da mãe dela, Cristina Antonini, de 66, foram liberados neste sábado (10) pelo Instituto Médico Legal (IML), no bairro Gameleira, em Belo Horizonte. Um homem que se identificou como irmão de Daniela compareceu ao local para realizar o reconhecimento, mas não quis falar com a imprensa.
O corpo da criança Giovana Antonini, de 2 anos, filha de Daniela, será sepultado ainda neste sábado no Cemitério Parque Terra Santa, em Sabará, na Região Metropolitana da capital. O velório está previsto para as 13h, e o sepultamento para as 15h.
As três vítimas foram encontradas sem vida na sexta-feira (9) dentro de um apartamento no bairro Barro Preto, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Os corpos estavam deitados sobre uma cama, em um quarto trancado por dentro. Além delas, quatro cães também foram encontrados mortos no imóvel.
A Polícia Militar foi acionada após a síndica do edifício perceber um forte odor vindo do 13º andar. A avó paterna da criança havia procurado a administração do prédio, preocupada com a falta de contato com a família. A entrada no apartamento foi feita com o auxílio de um chaveiro.
No quarto, os peritos recolheram duas bandejas e uma churrasqueira com vestígios de carvão queimado. O corpo de Cristina apresentava maior grau de decomposição, conforme relato da PM. Uma carta deixada por Daniela foi localizada no local. No texto, ela menciona dificuldades financeiras e pede desculpas. O material foi entregue à Polícia Civil, que instaurou inquérito para apurar o caso.
A causa das mortes será determinada após a conclusão dos exames periciais.
Quem são as vítimas?
As vítimas foram identificadas como Cristiana Antonini, de 66 anos, Daniela Antonini, 40, e Giovanna Antonini, 2.
A criança sofria de uma doença chamada “atresia do esôfago”, condição em que o esôfago não se desenvolve completamente, e precisava de uma sonda no estômago para se alimentar.
Carta deixada por Daniela
Daniela Antonini, de 40 anos, escreveu em uma carta, deixada no apartamento, que estava com muitos problemas. Ela enfrentava dificuldades financeiras e estava devendo o aluguel.
Além disso, disse que vivia uma situação conturbada com o pai de sua filha e que estava sem dinheiro para custear o tratamento da criança.