Minas Gerais registrou 24.475 ocorrências de incêndios em vegetação entre janeiro e setembro de 2024, segundo dados do Corpo de Bombeiros (CBMMG). Este número é o mais alto da série histórica iniciada em 2015, superando o total de 2021, até então o pior ano, com 24.336 casos.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu 687 investigações sobre o crime de “provocar incêndio em mata ou floresta” (Art. 41 da Lei de Crimes Ambientais) entre janeiro e 15 de setembro deste ano, um aumento de 98% em relação a 2023.
No mesmo período, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) deteve 216 pessoas em ocorrências relacionadas a incêndios, sendo 76 especificamente por crimes em áreas de florestas.
As multas aplicadas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) somam mais de R$ 10 milhões em 2024, referentes a 461 autos de infração e 510 multas ambientais por queimadas ou incêndios. O governo não informou se as punições já foram pagas.
Origem dos incêndios em Minas
O aumento expressivo dos incêndios florestais no estado é atribuído, em grande parte, à ação humana, muitas vezes criminosa.
As regiões com maior incidência de infrações são Jequitinhonha, Leste, Norte e Central.
Especialistas já previam o aumento das ocorrências devido às altas temperaturas, ondas de calor, baixa umidade e longo período de estiagem. No entanto, a ação humana permanece como a principal causa dos incêndios florestais.
A população pode denunciar práticas criminosas relacionadas a incêndios e queimadas pelos números 181, 190, 193 ou 155 (opção 7) ou pelo site da Semad. Entre julho e setembro deste ano, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) recebeu 82 denúncias de crimes e infrações ambientais relacionadas à flora.