Traficantes do “Beco do Fi”, na Pedreira Prado Lopes (PPL), região Noroeste de Belo Horizonte, picharam na manhã desta sexta-feira (31) o muro do Hospital Metropolitano Odilon Behrens, localizado nas proximidades da comunidade, para negar envolvimento com facções criminosas.
Em uma das mensagens, estava escrito: “Nós do Beco não tem nada contra facção. Somos neutros.” Já em outra, os criminosos afirmaram: “Nois do Beco do Fi respeitamos quem é faccionado po… somos de nenhuma facção, somos Fi.” (sic).
O ato aconteceu após a divulgação da matéria “Líder do tráfico na Pedreira, em BH, é levado para presídio federal de segurança máxima”, publicada pela rádio Itatiaia. A reportagem revelou a transferência de Rafael Michel Bibiano, o “Espaguete” — apontado como um dos principais líderes do tráfico de drogas na Pedreira Prado Lopes — para o sistema penitenciário federal.
Segundo a investigação, Bibiano seria ligado ao Comando Vermelho (CV) e identificado como líder do “Beco do Fi”, grupo que disputa território com a quadrilha da “Malokinha”, também na comunidade. A pichação seria uma tentativa de o grupo se distanciar da imagem de facção, embora tenha declarado “respeito aos faccionados”.
Transferência para presídio federal
A transferência de “Espaguete” foi determinada pelo juiz federal Luiz Augusto Yamasaki, da 5ª Vara Federal Corregedora da Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), onde o detento permanecerá por pelo menos dois anos. O local abriga criminosos de alta periculosidade, como Fernandinho Beira-Mar e Marcola, e impõe regime de isolamento severo.
Antes da transferência, Bibiano estava no presídio de Muriaé, na Zona da Mata, depois foi levado para a PPP de Ribeirão das Neves e, em seguida, para o presídio federal.
Guerra entre quadrilhas
A rivalidade entre os grupos “Beco do Fi” e “Malokinha” tem provocado uma série de assassinatos recentes. No início de outubro, Richard Bibiano, o “Índio” — irmão de “Espaguete” — foi morto em um posto de combustíveis no bairro Padre Eustáquio. Já Nathan Kellerson de Souza, suspeito de envolvimento na execução e ligado à “Malokinha”, foi assassinado no último dia 22, no bairro Sagrada Família.







