A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) executou mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão contra um homem, de 32 anos, ex-treinador de uma equipe esportiva em Pompéu. Durante as buscas, o suspeito – que é investigado por agredir e abusar sexualmente de jogadores com idades entre 15 e 17 anos – não foi localizado e é considerado foragido. Gustavo Sales, ex-atleta da equipe conta momentos de horror vividos na vizinha cidade de Pompéu.
De acordo com o delegado Rodolfo Saldanha, titular da PCMG em Pompéu, o investigado exercia suas atividades em uma associação esportiva que acolhia adolescentes de outras cidades, visando apoiá-los na prática esportiva. “Após o indiciamento do suspeito em julho do ano passado, por prática de injúria racial durante um evento esportivo estudantil na cidade, outras vítimas se encorajaram a denunciar os abusos sofridos, resultando na instauração de novo inquérito policial. Na última terça-feira (7/5), foi veiculado nas redes sociais vídeos do treinador agredindo os atletas, fato que causou revolta nos adolescentes, que acionaram o Conselho Tutelar e a Polícia Militar. Até o momento, 14 adolescentes, todos do sexo masculino, já prestaram depoimento, relatando uma série de abusos que incluem maus-tratos, abuso sexual, agressões psicológicas, entre outros”, afirmou Saldanha.
Um dos atletas, Gustavo Sales, fez um depoimento na internet sobre o fato, o sonho interrompido, hoje com 18 anos e morador do Rio de Janeiro não quis falar sobre a acusação de assédio sexual, mas explicou a demora a ter denúncia. “Porque em Pompéu ele tem muitos contatos e sempre jogou isso na cara de todo mundo. Os atletas sempre ficaram com medo por causa disso, saber que não ia dar em nada e preferia deixar de lado. E agora que eu comecei a fazer esse depoimento, a denúncia que aconteceu na mídia, acho que todos se sentiram confortáveis para começar a falar o que realmente ele já fez, entendeu?”, disse a nossa reportagem.
E deixou claro que a demora de posicionamento dos atletas foi mais por medo. “Até porque ele sempre tentou entrar na mente dos atletas de qualquer forma possível, então eu acho que essa questão vai muito do medo dos atletas, que os atletas teriam consequências até porque muitos eram menores de idade, como eu fui, e uma pressão psicológica absurda, Por um mesmo dia aconteceu alguma coisa por estar sozinho, em uma cidade onde não conhece ninguém, só tem seus companheiros de time, então acho que por esse motivo teve essa demora”, disse.
As investigações estão em andamento para apurar os crimes denunciados e localizar o suspeito foragido.
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