O advogado de defesa da biomédica Lorena Marcondes, Dr. Tiago Lenoir Moreira, protocolou na segunda-feira (17), um pedido para que a justiça cancele a audiência de instrução e julgamento de Lorena e revogue todas as medidas cautelares contra a biomédica.
Lorena Marcondes, foi indiciada pela Polícia Civil, por homicídio doloso, está em prisão domiciliar desde o dia 09 de maio, deste ano.
Segundo o advogado Tiago Lenoir, a Polícia Civil demorou meses para formalizar o recolhimento das provas colhidas na clínica da profissional no dia 8 de maio de 2023, quando uma das suas pacientes morreu após se submeter a uma lipoaspiração. Acompanhe entrevista com Tiago Lenoir ao Portal MPA:
O Portal MPA teve acesso à petição feita pela defesa. Ao Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal de Divinópolis, o advogado explicou que não foi juntada no inquérito policial nenhuma Ficha de Acompanhamento de Vestígios pela Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Art 158-E do CPP).
Analisando atentamente todos os laudos periciais confeccionados pelo Instituto de Criminalística, a defesa, amparada pela Resolução 188/2018 da Ordem dos Advogados do Brasil, obteve acesso a diversas Fichas de Acompanhamento de Vestígios que demonstram nítida quebra de cadeia de custódia e afronta aos princípios do Devido Processo Legal, Ampla Defesa e Contraditório Judicial, o que segundo Tiago Lenoir, gera prejuízos não só à defesa, mas também à segurança jurídica e à confiança na devida apuração dos graves fatos descritos na peça exordial. Acompanhe mais detalhes da petição:
Sobre notebook recolhido pela Polícia:
Em entrevista concedida à Itatiaia, o advogado de defesa, alegou que a polícia, recolheu um notebook no dia 8 de maio de 2023, mas a ficha de acompanhamento só foi aberta no dia 24 de julho. Não sabe o que aconteceu com o computador durante esse tempo. “Eles ficaram três meses rodando com esse computador e a gente não sabe o que pode ter acontecido”, afirmou em entrevista.
Ainda segundo o documento, a perícia da Polícia Civil informou que coletou itens como seringas, canulas, bisturis usados e medicamentos da clínica de Lorena no dia 30 de agosto de 2023, quase quatro meses após a morte da paciente.
Relembre o caso:
Íris Dorotéia do Nascimento Martins, de 46 anos, morreu no dia 8 de maio de 2023 durante um procedimento estético em uma clínica de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. A responsável pela operação foi a biomédica Lorena Marcondes de Faria. Íris teria pago R$ 12 mil para realizar a lipoescultura. A vítima sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e precisou ser levada para o Hospital São João de Deus, onde morreu horas depois.
Segundo a Polícia Civil, essa cirurgia só pode ser feita com a presença de um médico e de um anestesiologista. A clínica não possuía equipamentos básicos, como monitor cardíaco, e o laser que seria usado no procedimento não tinha chegado no local no momento em que a cirurgia começou.
A profissional e a enfermeira que a auxiliava nas cirurgias foram presas preventivamente após o caso, mas foram beneficiadas com um habeas corpus e progrediram para a prisão domiciliar.
Momento em que Lorena Marcondes foi presa pela terceira vez:
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