A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (5/12), a Operação Alpha, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso responsável por promover a migração ilegal de, pelo menos, 220 pessoas para os EUA, mediante pagamento.
As ações ocorreram em Governador Valadares e Itanhomi, na região do Vale do Rio Doce, e na cidade de São Paulo. Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva, cinco mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de R$ 23 milhões em bens dos acusados.
As investigações começaram após uma denúncia na Delegacia da Polícia Federal em Governador Valadares, informando que um morador de Itanhomi estaria promovendo a migração ilegal de diversas pessoas para os EUA, utilizando rotas pela América Central e pela fronteira mexicana. Segundo o denunciante, além de coordenar o contrabando de migrantes, o investigado ameaçava familiares das vítimas no Brasil quando havia atraso ou falta de pagamento pelos serviços ilícitos.
Durante as diligências, foram identificados diversos boletins de ocorrência relatando ameaças atribuídas ao suspeito. As apurações também demonstraram que o contrabandista utilizava contas bancárias de sua ex-companheira para movimentar valores pagos pelos migrantes.
A mulher — que atualmente reside nos EUA — afirmava temer por sua segurança e pela de seus familiares no Brasil, diante das constantes ameaças do investigado. O suspeito contava com uma rede estruturada de apoio para manter suas atividades criminosas. Nos Estados Unidos, facilitadores recebiam os migrantes, realizavam cobranças pelos valores supostamente devidos e repassavam quantias a coiotes responsáveis pela travessia na fronteira.
Outros integrantes da organização atuavam na logística de fornecimento de passagens aéreas, mesmo cientes do caráter clandestino das viagens.
Os investigados poderão responder pelos crimes de promoção de migração ilegal, ameaça, além de outros delitos que venham a ser identificados até a conclusão das investigações.







