O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, preso pela morte do gari Laudemir Fernandes, de 44, foi entrevistado ao programa Domingo Espetacular da Record, exibido no domingo (1º). Ao jornalista Roberto Cabrini, ele diz que foi orientado por seu advogado a declarar que o ocorrido teria sido “um acidente” ou “uma bala perdida” e que “está com a consciência tranquila”.
Questionado pelo jornalista Roberto Cabrini sobre o trecho que menciona o “acidente com a vítima”, Renê confirmou que estava armado e passou pelo local do crime: “Porque foi o que o advogado falou. Passei por esse local. Admito que estava armado. O incidente pode ter acontecido. Até onde posso dizer por conta do processo, posso admitir que ocorreu um incidente”.
Ao longo da entrevista, ele passou por contradições. Em seguida, ele disse que “o assassinato não faria sentido pois não houve briga de trânsito”.
Renê relatou que o advogado à época o instruiu a dizer que “uma bala perdida deve ter atingido a vítima e você foi o cara que estava passando na hora e levou o título do negócio”. A versão aparece em uma carta manuscrita do réu, na qual ele justificou a decisão de não trocar novamente de defensor.
No entanto, a Polícia Civil e o Ministério Público sustentam que o empresário desceu do carro armado, ameaçou a equipe de coleta e efetuou um disparo direcionado, e não acidental.
“Não posso pedir desculpa”, diz empresário sobre família de gari morto
Sobre sua rotina após o crime, o empresário admitiu que continuou indo à academia e passeando com seus cachorros. Questionado sobre como definir alguém que mata e segue a vida normalmente, ele diz: “Psicopata. Mas eu não sou esse cara”.
Renê também mencionou que está emocionalmente abalado por não receber visitas de sua esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino. O advogado atribui o afastamento a uma “ruptura” no relacionamento.
Ao final da entrevista, o réu reafirmou que as provas do processo demonstrariam que não agiu por “extrema arrogância” e que mantém “a consciência tranquila”, mas que reconhece a dor da família pela perda. Porém, ao ser perguntado sobre um pedido de desculpas, Renê negou.
“Não posso pedir desculpa porque eu não atirei. Eu estaria confessando uma culpa de uma coisa da qual eu não sou culpado”, disse.







