A Polícia Civil concluiu uma investigação sobre um golpe milionário aplicado em BH contra empresários do interior de São Paulo. Três homens, dois de 61 anos e um de 51, foram indiciados pelos crimes de estelionato, associação criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Dois deles já foram presos.
A 2ª Delegacia Especializada em Investigação de Fraudes apurou que o crime foi articulado a partir da capital mineira, onde integrantes da organização criminosa criaram uma falsa empresa de investimentos financeiros.
Para dar aparência de legalidade, foram utilizados nomes e documentos falsos, perfis empresariais em redes sociais, sede física e sites de fachada. O objetivo era atrair investidores com a promessa de rendimento elevado por meio de transações com moeda estrangeira.
O delegado Rafael Alexandre de Faria, responsável pelo inquérito, disse que o golpe começava com o investigado de 51 anos, que atuava como captador das vítimas. Ele ligava para os alvos, se passando por funcionário de instituições bancárias, e convencia as pessoas a entregarem dinheiro vivo como forma de “verificação” ou “atualização bancária”.
Após o convencimento, a vítima era instruída a entregar o valor a um suposto motoboy, que na verdade era outro integrante do grupo, de 61 anos, responsável por buscar o dinheiro em espécie na casa das vítimas. Em seguida, o material era repassado ao terceiro investigado, da mesma idade, que realizava a troca do dinheiro verdadeiro por cédulas cenográficas, devolvidas à vítima como se fossem o valor analisado.
“Dos indiciados, dois deles, de 51 e 61 anos, responsáveis respectivamente pela captação [das vítimas] e pela troca do dinheiro, foram presos preventivamente. O outro investigado, continua sendo procurado pela polícia”, adiantou o delegado.
Vítimas saíram de SP para assinar falso contrato em BH
De acordo com as investigações, em agosto de 2022, duas vítimas, residentes em Marília e Garça, ambos municípios do estado de São Paulo, foram convencidas a viajar até Belo Horizonte para uma suposta assinatura de contrato e visualização do capital envolvido na transação.
O delegado Rafael Faria explicou que durante o encontro os empresários tiveram acesso a cerca de R$ 6 milhões em cédulas que, posteriormente, foram identificadas como dinheiro cenográfico. “Um contrato falso foi assinado, e as vítimas realizaram transferências que somaram quase R$ 4 milhões à organização criminosa”, detalhou.
As investigações apontaram ainda que os suspeitos utilizaram contas de terceiros para movimentar os valores obtidos com o golpe. “Também foi identificado o uso de empresas de fachada e a aquisição de bens com indícios de ocultação de patrimônio”, complementou.
O inquérito foi enviado ao Poder Judiciário. Os trabalhos contaram com apoio da Delegacia Regional em Juiz de Fora e da Polícia Civil do Estado de São Paulo.
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