O ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, novamente não compareceu à audiência de conciliação referente à acusação de nepotismo que recai sobre ele. A sessão, que ocorreu na última quarta-feira (17) na 3ª Vara da Fazenda Pública Municipal, foi concluída sem que um consenso fosse alcançado.
A Justiça não conseguiu localizar Kalil em três ocasiões diferentes para notificá-lo sobre a audiência de instrução e julgamento relacionada ao caso. Diante de sua ausência, o juiz Danilo Couto Lobato Bicalho optou por dar continuidade ao processo.
Apesar da falta dos réus, algumas testemunhas foram ouvidas, incluindo Fernanda Amarante Guimarães, ex-namorada de Kalil, que atuou como assessora jurídica em seu gabinete. Também depôs Hércules Guerra, ex-procurador-geral do Município.
O magistrado determinou que o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a defesa de Kalil e a Prefeitura de Belo Horizonte apresentem suas alegações finais em um prazo de 30 dias. Essa etapa é a última do processo antes de uma possível decisão judicial.
A acusação contra Kalil foi levantada pelo Ministério Público, que alega a ocorrência de improbidade administrativa ao nomear, em 2020, Marcelo Amarante Guimarães, irmão de Fernanda, com quem Kalil teve um relacionamento anterior. De acordo com o MP, essa nomeação violaria a Lei de Improbidade Administrativa, uma vez que envolve um parente de alguém com quem a autoridade tinha laços afetivos.
O caso foi trazido à tona durante uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal de Belo Horizonte, que investigou possíveis irregularidades cometidas pelo ex-prefeito. Na ação, o MPMG pede a condenação de Kalil e do servidor por improbidade administrativa, além de uma multa correspondente a 24 vezes o salário recebido por ele e a proibição de firmar contratos com o setor público por quatro anos.
A denúncia do MPMG afirma: “As provas testemunhais e documentais demonstram claramente que ALEXANDRE KALIL tinha pleno conhecimento de que M.A.G. era irmão de uma servidora ocupante de cargo comissionado, e que a referida servidora, F.A.G., foi ‘namorada’ do ex-prefeito.”
A defesa de Kalil nega qualquer indício de irregularidade, sustentando que não houve má-fé na situação.