A nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (16), mostra avanço na aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), especialmente entre segmentos da população que tradicionalmente demonstram maior resistência ao Partido dos Trabalhadores. Segundo a cientista política Mayra Goulart, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o principal destaque do levantamento é o crescimento do apoio ao presidente entre pessoas com ensino superior e com rendas mais altas.
A pesquisa aponta que a taxa de aprovação do governo subiu de 40% para 43% em comparação com o levantamento anterior, realizado em maio. No mesmo período, a desaprovação caiu de 57% para 53%. A diferença mais expressiva foi registrada entre eleitores com ensino superior completo: a aprovação subiu de 33% para 45%, enquanto a desaprovação caiu de 64% para 53%, reduzindo a distância entre os dois índices de 31 para 8 pontos percentuais.
Na região Sudeste, onde Lula costuma enfrentar maior resistência eleitoral, também houve melhora na percepção do governo. A aprovação passou de 32% para 40% e a desaprovação caiu de 64% para 56%. No grupo de renda entre dois e cinco salários mínimos, a aprovação aumentou de 39% para 43% e a desaprovação recuou de 58% para 52%. Entre quem ganha mais de cinco salários mínimos, a aprovação avançou de 33% para 37%.
O levantamento foi realizado entre os dias 10 e 14 de julho e ouviu 2.004 pessoas em todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Além da avaliação do governo, a pesquisa também investigou a percepção da população sobre temas econômicos e políticos. A proporção de pessoas que avaliam que a economia piorou nos últimos 12 meses caiu de 56% em maio para 46% em julho. Em relação ao conflito comercial com os Estados Unidos, 72% dos entrevistados consideram que o ex-presidente Donald Trump está errado ao impor tarifas ao Brasil, e 53% avaliam como correta a resposta do governo brasileiro baseada em medidas de reciprocidade.
Outro dado da pesquisa mostra que 84% dos entrevistados defendem que o governo e a oposição busquem diálogo para proteger os interesses do país.