A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira na Itália, dois meses após deixar o Brasil. Ela teria pedido asilo político para as autoridades italianas, mas foi capturada após inclusão da parlamentar na lista vermelha da Interpol a pedido do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
O deputado italiano Angelo Bonelli disse em sua conta no X que ele deu o endereço de Zambelli para a polícia italiana. O Ministério da Justiça já havia solicitado oficialmente a extradição da deputada.
Ela vai cumprir prisão preventiva decretada por Moraes em junho, quando foi condenada definitivamente a 10 anos de prisão por falsidade ideológica e invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ainda não há data para a vinda dela para o Brasil.
Por que Carla Zambelli foi condenada?
Em sua decisão, Moraes afirmou haver “inequívoca intenção de furtar-se à lei penal“, destacando que Zambelli saiu para a Europa às vésperas do julgamento de recursos que confirmariam sua condenação. A parlamentar deixou o Brasil em 25 de maio pela fronteira com Argentina em Foz do Iguaçu, seguiu para os Estados Unidos e, em 3 de junho, anunciou que iria para a Itália – onde declarou seria “intocável” por ter cidadania italiana. No dia seguinte, Moraes decretou sua prisão.
Os crimes incluem a falsificação de documentos no sistema do CNJ em conluio com o hacker Walter Delgatti (condenado a 8 anos), com destaque para a criação de um mandado de prisão falso contra o próprio ministro Moraes. Zambelli responde ainda a outro processo no STF por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, onde há maioria preliminar para condenação a 5 anos e perda de mandato.
Agora, a Câmara dos Deputados analisará a validade da prisão, podendo mantê-la ou revogá-la. O caso marca o primeiro parlamentar preso no exterior por determinação do Supremo.
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