A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que tem como objetivo investigar fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) está prestes a ser instalada nos próximos dias. Davi Alcolumbre, presidente do Senado, garantiu que os trabalhos começarão “sem falta” esta semana, embora a formação final dependa das indicações da Câmara dos Deputados.
O foco principal desta comissão será a investigação de descontos indevidos realizados por sindicatos. O senador Omar Aziz (PSD-AM) assumirá a presidência da comissão, enquanto o deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos-TO), indicado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), será o relator.
A relatoria era um cargo almejado por integrantes da oposição, que tiveram um papel fundamental na coleta de assinaturas e nas articulações que possibilitaram a criação da CPMI durante a sessão conjunta do Congresso Nacional em 17 de junho. Essa comissão é vista como uma potencial fonte de novos desafios para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A escolha dos dois nomes reflete a estratégia da liderança do Congresso em incluir representantes do centrão, visando evitar quaisquer alegações de favoritismo na condução dos trabalhos da comissão. A CPMI será composta por 16 membros de cada uma das casas do Congresso, com um prazo de até 180 dias para a realização de suas atividades.
O Senado já selecionou os 16 integrantes que farão parte da CPMI, levando em conta a proporcionalidade dos blocos e acordos políticos. A bancada do PDT no Senado optou por indicar a senadora Leila Barros (PDT-DF) para a comissão, mesmo após a sigla ter inicialmente decidido não participar, abrindo espaço para que um senador do PSB fosse escolhido.
A Câmara ainda está definindo seus representantes. De acordo com Alcolumbre, Motta pediu que a comissão comece a funcionar até o início da semana, e o assunto será debatido entre os líderes para que as indicações sejam feitas.