Uma pesquisa feita pela Genial/Quaest, divulgada na quarta-feira (16/7), mostra que 85% dos brasileiros são contrários à proposta de elevar a quantidade de deputados de 513 para 531. Apenas 9% dos entrevistados apoiam a iniciativa, enquanto 6% não souberam ou preferiram não comentar.
A oposição à medida é ainda mais forte entre os graduados, com uma desaprovação que alcança 93%. Para aqueles que possuem apenas o ensino fundamental, a rejeição é de 76%.
A proposta de aumento do número de deputados não encontra aceitação nem entre os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nem entre os apoiadores de Jair Messias Bolsonaro (PL), com níveis de desaprovação de 85% e 87%, respectivamente.
Além disso, a resistência é especialmente alta entre indivíduos que se identificam como de esquerda, mesmo que não sejam filiados ao PT, com um índice de desaprovação de 91%. Em contraste, cerca de 19% dos que se identificam como petistas e lulistas estão a favor da proposta.
A rejeição à iniciativa se mantém consistente em diversas faixas etárias, sempre acima de 80%. Entre os homens, a desaprovação chega a 89%, superando em 10 pontos percentuais a taxa observada entre as mulheres.
A pesquisa também revelou que há uma divisão em relação ao conhecimento sobre o aumento do número de deputados: 53% dos participantes estavam cientes da proposta, enquanto 44% não tinham informações e 3% não souberam ou não responderam.
Realizada entre 10 e 14 de julho, a pesquisa da Genial/Quaest incluiu 2.004 entrevistas e possui uma margem de erro de 2 pontos percentuais, com dados coletados presencialmente por meio de questionários estruturados.
Segundo a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, o presidente Lula decidiu vetar, no mesmo dia, o projeto de lei que buscava aumentar o número de deputados federais. Essa decisão foi tomada durante uma reunião com seus assessores no Palácio da Alvorada, no último dia para sancionar ou vetar a proposta.
Participaram da reunião, conforme apurado, os ministros Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Secom) e Jorge Messias (AGU).
Inicialmente, Lula recebeu a orientação de seus assessores para não sancionar nem vetar a proposta, deixando a decisão nas mãos do presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP). Entretanto, após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), derrubar um decreto do governo sobre o IOF, os ministros passaram a recomendar que Lula vetasse a proposta.