Antério Mânica, ex-prefeito de Unaí, no Norte de Minas, e condenado como um dos mandantes da ‘Chacina de Unaí’, que matou três auditores fiscais e um motorista em 2004, morreu na madrugada desta quinta-feira (15) no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília. A informação foi divulgada pelo jornalista Agnaldo Caetano, de Unaí, após confirmação de familiares.
Mânica, conhecido como “Rei do Feijão”, estava internado há meses em tratamento contra um câncer no pâncreas e enfrentava diabetes e hipertensão. Segundo aliados, ele sofreu uma queda no hospital, resultando em traumatismo craniano que agravou seu estado de saúde, já considerado grave.
Condenado a 89 anos de prisão pelo assassinato dos auditores Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage, Eratóstenes de Almeida Gonçalves e do motorista Aílton Pereira de Oliveira, Mânica havia se entregado à Polícia Federal em setembro de 2024. Em novembro do mesmo ano, conseguiu autorização para cumprir prisão domiciliar devido ao quadro de saúde.
Relembre Chacina de Unaí
O crime ocorreu em 2004, quando os auditores investigavam denúncias de trabalho escravo em uma de suas fazendas. Apesar da repercussão, Mânica foi eleito prefeito de Unaí no mesmo ano, com 72,37% dos votos, e reeleito em 2008. Sua primeira condenação, em 2015 (100 anos de prisão), foi anulada em 2018, mas um novo julgamento em 2022 resultou em pena de 64 anos, ampliada para 89 anos em 2023.
A chacina de Unaí, que também levou à condenação do irmão Norberto Mânica, é um marco na luta contra o trabalho escravo no Brasil.
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