O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a cassação do mandato do vereador de BH, Lucas Ganem (Podemos), eleito em 2024. Ele é acusado de fraudar sua transferência de domicílio eleitoral de São Paulo para a capital mineira.
O caso será analisado pela Justiça Eleitoral, que responde a um pedido de impugnação de mandato movido pelo ex-vereador Rubão (Podemos), que seria o primeiro suplente caso Ganem perca o cargo.
Em parecer assinado pela promotoria da 29ª Zona Eleitoral, o MPE sustentou que o parlamentar não demonstrou vínculos econômicos, sociais ou familiares com a capital mineira antes de registrar o novo endereço para concorrer às eleições. As investigações apontaram que, na época do pleito, Ganem mantinha relações profissionais e residenciais com São Paulo.
Conforme o processo, não foram localizadas contas de água, luz ou telefone em seu nome em BH antes da transferência eleitoral. Além disso, a maior parte dos fornecedores contratados para a campanha era de São Paulo.
Vereador de BH não morava na cidade antes de ser eleito
A Justiça Eleitoral relatou dificuldades para localizar o vereador no endereço declarado — um imóvel no bairro Trevo, na Pampulha, que teria sido emprestado por terceiros. Testemunhas afirmaram que Ganem não residia de fato na cidade, e que até a entrega de materiais de campanha foi dificultada pela sua ausência no local.
A defesa do vereador argumentou que a ação de impugnação de mandato não seria a via adequada para questionar o domicílio eleitoral, mas o MP rejeitou a tese, considerando que a fraude compromete a legitimidade do mandato e se enquadra nas hipóteses previstas na Constituição.
Paralelamente, a Polícia Federal investiga o caso em inquérito próprio, instaurado em outubro. Em depoimento, uma mulher ligada ao imóvel informou não conhecer Lucas Ganem e confirmou que ele nunca residiu no endereço declarado.
Eleito com 10.753 votos, Ganem integra uma família tradicional da política paulista e é primo do deputado federal Bruno Ganem (Podemos). Além disso, ele já exerceu cargos de gestão em empresas fora de Minas Gerais.
O processo segue sob sigilo na Justiça Eleitoral. O parlamentar não quis se pronunciar.
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