O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, valor que representa a taxa mais alta entre os países notificados por Washington nos últimos dias. A decisão foi comunicada por Trump por meio das redes sociais e integra uma nova rodada de medidas comerciais que passam a valer a partir de 1º de agosto, caso não haja acordos entre os países envolvidos e os EUA.
Na publicação, Trump justificou a medida acusando o Brasil de prejudicar empresas de tecnologia norte-americanas e de promover uma perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O norte-americano também citou que o cobre, um dos principais produtos atingidos, é essencial para a defesa do país, sendo o segundo material mais utilizado pelo Departamento de Defesa dos EUA. Além disso, anunciou uma tarifa de 200% sobre produtos farmacêuticos importados.
A lista inclui ainda países como Argélia, Sri Lanka, Filipinas, Iraque, Líbia, Brunei e Moldávia. Ao todo, 22 nações foram notificadas, entre elas parceiros comerciais tradicionais dos EUA como Japão e Coreia do Sul. No entanto, o Brasil recebeu a tarifa mais elevada.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu à decisão também por meio das redes sociais, afirmando que o Brasil adotará medidas recíprocas, caso as novas tarifas sejam aplicadas. Lula também criticou o que considerou como tentativa de interferência nos assuntos internos do país, em referência ao julgamento de Bolsonaro, tema que já havia sido tratado em conversas anteriores entre os dois líderes.
As tarifas fazem parte de um plano comercial que Trump havia anunciado em abril, mas que havia sido adiado após reações negativas no mercado financeiro. Com a retomada da proposta, Trump disse que a medida seria “necessária para corrigir injustiças graves” e determinou ao Representante Comercial dos EUA que inicie uma investigação formal sobre práticas comerciais digitais do Brasil.
Taxas anunciadas para alguns países:
- Brasil: 50%
- Bangladesh e Sérvia: 35%
- Indonésia: 32%
- África do Sul, Argélia, Iraque, Líbia: 30%
- Laos e Mianmar: 40%
- Japão, Coreia do Sul, Malásia, Moldávia: 25%
As tarifas entram em vigor em 1º de agosto, caso não haja revisão por parte do governo norte-americano.