O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, comparou pessoas em situação de rua a veículos estacionados de forma irregular. Em entrevista à Jovem Pan na última sexta-feira (6), ele defendeu a criação de uma lei que trate a presença de pessoas nas ruas de forma semelhante ao guincho.
“Ainda temos pessoas vivendo nas ruas. No Brasil, deveria haver uma lei. São como carros em local proibido. Se estaciona, ele é removido e guinchado. Agora, em alguns casos, a pessoa se instala em frente a uma residência, interferindo no acesso dos moradores e colocando a segurança em risco. Hoje não existe no país um mecanismo que funcione. O problema se verifica em São Paulo, Belo Horizonte e em outras cidades“, disse Zema.
Na ocasião, o governador retornou de viagem a El Salvador, onde as medidas de segurança, baseadas na prisão em massa, teriam contribuído para a redução dos homicídios, mesmo em um país com números elevados de violência.
Na entrevista, Zema destacou as ações de segurança adotadas em El Salvador e defendeu a aplicação de procedimentos semelhantes no Brasil, sugerindo o emprego das Forças Armadas para o controle do crime nas ruas.
Fala de Zema desagrada oposição
A declaração provocou reações de autoridades e segmentos da sociedade civil. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), manifestou-se nas redes sociais, afirmando que a fala demonstra falta de compreensão e que o tratamento dado ao tema deveria priorizar o acolhimento.
A deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) repudiou a comparação, ressaltando que pessoas não podem ser equiparadas a objetos, enquanto o Movimento Nacional da População em Situação de Rua solicitou retratação do governador e a adoção de políticas públicas de inclusão.
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