Aliada à atuação repressiva de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) envolveu-se durante todo o mês de maio com as campanhas do Maio Laranja e intensificou as ações preventivas no enfrentamento à violência sexual infantil em Belo Horizonte. O resultado da prestação efetiva do serviço à sociedade foi o registro de denúncia diretamente na unidade especializada da capital.
Na última semana do mês, equipes da Delegacia Especializada em Proteção e Orientação à Criança e ao Adolescente (Depca) fecharam o Maio Laranja com conscientização em espaços públicos e palestras em escolas.
No domingo (26/5), os policiais civis distribuíram material informativo para comerciantes e frequentadores da Feira de Artesanato da Avenida Afonso Penal, região Central de BH. A ação teve o objetivo de envolver toda a população a fim incentivar as denúncias e atuar com a PCMG no combate à violência sexual infantil.
Já na terça-feira (28/5), outra equipe da Depca conversou com alunos, de 16 a 70 anos, do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Municipal Polo de Educação Integrada na região do Barreiro. Eles aprenderam sobre os crimes, a responsabilidade dos pais e os sinais mais comuns em crianças vítimas de abuso sexual.
Ainda, na quarta-feira (29/5), os policiais da Depca apresentaram, em mais uma instituição da rede de ensino municipal, o projeto Semáforo do Toque. A ação voltada para crianças de 6 a 11 anos ocorreu na Escola Municipal Antonio Salles Barbosa, no bairro Tirol, região do Barreiro. Os alunos puderem aprender, de forma lúdica, sobre as partes do corpo que não podem ser tocadas por adultos, utilizando as cores do semáforo, com orientação também para toda comunidade escolar.
A chefe da Divisão Especializada em Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad), delegada Renata Ribeiro, comemora o resultado das ações com registro de denúncias na Depca. ?Já houve denúncia de prática estupro de vulnerável depois da ação em uma escola, cujos fatos teriam ocorrido em 2018. Com a palestra, a vítima começou a chorar e a psicóloga da escola chamou a responsável legal para conversar, quando ela soube dos abusos?, relatou a delegada.
A equipe da Depca também reconhece o trabalho realizado. ?Ganhei meu dia ao saber que as palestras deram fruto! Hoje, na permanência atendi uma menina que após ter visto a palestra do semáforo do toque relatou ao diretor da escola o abuso sofrido. Graças a Deus a Depca faz a diferença?, destacou o Investigador Alexandre. ?A delegacia só fica lotada não é à toa. A população sente que tem suas demandas atendidas. Quem já trabalhou em outras delegacias sabe que o atendimento na Depca é diferenciado?, orgulhou-se o investigador David. A psicóloga da Depca, analista Gleice, também revelou uma experiência recente. ?Atendemos um caso muito triste na permanência que a mãe da vítima faleceu 15 dias depois de ter ido na Depca. Ela faleceu muito jovem, com pouco mais de 40 anos, e conversando com a adolescente, ela disse que conversou com a mãe pouco antes pela primeira vez nos três anos que elas estavam sendo ameaçadas, que se sentiu ouvida e bem acolhida na unidade, confiando muito no nosso trabalho?, frisou a psicóloga.
Campanhas
Em 2024, o Maio Laranja da PCMG mirou todos os públicos na prevenção à violência sexual. Para as crianças, o tema ?Eu sei me cuidar? levou policiais civis a atuar diretamente com estudantes das escolas da rede pública de ensino com o projeto Semáforo do Toque. Outro foco foi voltado à exploração sexual de adolescentes: ?Não Feche os Olhos para o Abuso? alcançou os estabelecimentos comerciais e a população em geral com material informativo na região Central de Belo Horizonte.