Na manhã desta quarta-feira (3/7), a Polícia Civil de Minas
Gerais (PCMG) participou da operação Dilúvio Moral, desencadeada
pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS) nos estados de São
Paulo e Minas Gerais, visando reprimir crimes de estelionato
mediante fraude eletrônica e associação criminosa.
Até o momento, foram realizadas dez prisões preventivas,
incluindo duas em Lagoa da Prata (MG), nesta quarta-feira (3/7).
Além disso, mais de 50 medidas cautelares foram deferidas pelo
Poder Judiciário após pareceres favoráveis do Ministério
Público.
A ação, que também contou com a participação da Polícia Civil do
Estado de São Paulo (PCESP), teve como objetivo cumprir três
mandados de prisão e quatro mandados de busca e apreensão contra
indivíduos responsáveis pela falsa oferta de gratuidade de antenas
via satélite, sob o pretexto de que os equipamentos estariam sendo
doados por uma empresa estrangeira, devido à calamidade causada
pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
Fraude
A fraude consistiu na criação de uma página na internet
simulando o site de uma empresa estrangeira, onde os indivíduos
ofereciam antenas de acesso à internet via satélite de forma
gratuita, sendo necessário apenas o custeio do frete.
Após o preenchimento de dados pessoais, os usuários eram
redirecionados para uma nova página falsa, simulando um website de
processamento de pagamentos. Na página simulada, era
disponibilizado um QR Code para o pagamento do suposto frete via
Pix. O valor transferido era direcionado para um gateway – uma rede
de comunicações – de pagamentos, que repassava o valor para o local
indicado pelos golpistas.
No caso, o valor era repassado para empresas de vendas e
marketing digital operadas pelos investigados, captando os valores
com aparência de licitude, simulando a venda de um produto ou
serviço oriundo de suas empresas.
Os levantamentos apontam que os suspeitos se aproveitaram da
calamidade vivenciada no estado do Rio Grande do Sul como atrativo,
dado que a empresa estrangeira de fato realizou doações de
equipamentos para o Estado para auxiliar na comunicação das equipes
de segurança e salvamento durante o período de enchentes.
Investigação
Uma vez identificada a fraude, a PCRS retirou as páginas da
internet e bloqueou as contas dos investigados. Em seguida,
identificou e responsabilizou os suspeitos. Os levantamentos
apontam que os valores transferidos a fintechs – tecnologia e
inovação aplicadas na solução de serviços financeiros – e aos
gateways de pagamento eram destinados a empresas de fachada ligadas
a um suspeito de 22 anos, de São Bernardo do Campo (SP), e a outros
dois suspeitos, de 24 e 20 anos, ambos de Minas Gerais. Eles usavam
fintechs e gateways de pagamento para ocultar a origem dos valores
e realizar movimentações financeiras obscuras.
Com o conjunto probatório obtido na investigação e os objetos
eletrônicos apreendidos durante a operação, as investigações
seguirão buscando outros elementos de prova e possíveis novos
integrantes do grupo.
Força-tarefa
O grupo de Delegados e Agentes do Departamento Estadual de
Investigações Criminais (DEIC) foi destacado com o objetivo
principal de reprimir práticas criminosas virtuais que utilizem a
atual situação do estado do Rio Grande do Sul para obter vantagens
de qualquer natureza.
Até o momento, foram realizadas dez prisões preventivas,
incluindo duas em Lagoa da Prata (MG), nesta quarta-feira (3/7).
Além disso, mais de 50 medidas cautelares foram deferidas pelo
Poder Judiciário após pareceres favoráveis do Ministério Público. A
ação contou com o apoio da PCMG em Lagoa da Prata.