Por Oliveira Lima
A campanha do Cruzeiro nesta atual Copa Sul-Americana lembra muito a trajetória da conquista da Copa Libertadores de 1997. Era, como hoje, um time que ninguém dava nada por ele, e que de forma claudicante chegou ao título de forma heroica. Naquele 1997, Cruzeiro começou mal e depois se firmou e virou imbatível. O time deste ano na Sula também começa mal, nas mãos de Larcamón, empatando fora de casa, em Quito, 0x0 com a Universidad Católica. Cai o argentino Nicolás Larcamón e volta Fernando Seabra, que começa mal na sequência da Sul-americana: o desastroso empate em 3×3 no Mineirão.
A reação começa logo em seguida com o Cruzeiro segurando empate de 0x0 no Chile diante do La Calera, para poder decidir tudo no returno, com dois jogos em casa e a visita ao Alianza. Faz um 3×0 na Colômbia e em BH vence magramente por 1×0 ao La Calera e Católica, conquistando a vaga direta às oitavas de final, fugindo da repescagem, da qual estava fadado no começo da competição.
Queira ou não era uma obrigação do Cruzeiro chegar às oitavas, via direta ou na repescagem. Assim, o caminho real rumo ao título começa hoje na Argentina. E quis o destino e ao sorteio que o confronto fosse o mais pesado da competição, mais pesado até mesmo que os jogos da Copa Libertadores. Cruzeiro x Boca é o jogo deste momento.
Pra muita gente quem passar deste embate, leva o caneco no final de novembro, partida única no Paraguai. Até lá mais outros dois confrontos: quartas diante de um time paraguaio(quem passar de Libertad ou Ameliano) e semifinal contra o chileno Palestino, colombiano Independiente Medellim, equatoriano LDU ou o argentino Lanús. A final tem tudo para ser contra um brasileiro ou argentino. Fortaleza, Bragantino, Corinthians ou Athético Paranaense; Rosário Central, Belgrano ou Racing.
Convenhamos que nenhum desses adversários tem o peso de um Cruzeiro, o La Bestia Negra para os sul-americanos ou do temível Boca Juniors. Realmente quem passar deste pesado confronto tem tudo para levantar o caneco da Copa Sul-Americana. Boca com seis Libertadores e duas Sulas; Cruzeiro com duas Libertadores, duas Supercopas e buscando a sua primeira sul-americana. Assim como em 1997, sai do nada para conquistar a América.