O custo de vida em BH voltou a subir em setembro, fortemente impactado pela estiagem que afeta a cidade desde abril. O aumento foi de 0,62%. Os principais fatores que encareceram as despesas das famílias da capital foram a alta nos preços dos alimentos e a bandeira vermelha na conta de energia.
Os dados foram calculados pela Fundação Índice de Pesquisas Administrativas, Econômicas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) da UFMG. No setor de alimentação, a maior alta foi observada no café moído, que subiu 16,14%, com o preço de um pacote de 500g chegando a R$ 25,55. Desde o início do ano, o custo da bebida já aumentou mais de 50%.
A tarifa de energia elétrica subiu 6,36%. Em setembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a necessidade de aplicar a bandeira vermelha na cobrança dos boletos mensais, devido ao baixo volume de chuvas. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o último registro significativo de precipitações na capital foi em 19 de abril, totalizando mais de 171 dias de estiagem.
Custo de vida em BH deve continuar alto em outubro
Em 21 de setembro, houve registros isolados de chuva na capital, mas de baixo volume, resultando em um uso mais intenso de aparelhos como ventiladores e ar-condicionado.
“Um item que está chamando muita atenção nessa influência da estiagem é o café. Há mais de um ano, o café vem apresentando um aumento forte de preço em todo o Brasil. As temperaturas elevadas estão fazendo com que as previsões sobre a safra de café para 2025 sejam menores. Então, o café colhido que está sendo comercializado se valoriza mais porque pode ser que haja menos café para as indústrias comprarem”, explicou o economista da Ipead, Diogo Santos.
A tendência é que em outubro o custo de vida continue a subir, até que as chuvas se normalizem. De acordo com a previsão do tempo, o volume será constante a partir da segunda quinzena deste mês. Porém, os efeitos na economia só serão sentidos mais tarde.