O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, é alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta terça-feira (5) para investigar uma possível manipulação no mercado de apostas esportivas, conhecida como “Spot-fixing”. A operação também conta com a participação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Brasília.
A investigação teve início após uma comunicação da Unidade de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), relacionada ao jogo entre Flamengo e Santos, disputado no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, no dia 1º de novembro de 2023, válido pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. Nessa partida, Bruno Henrique recebeu um cartão amarelo por uma falta e foi expulso após ofender o árbitro.
De acordo com informações da PF, apostas de alto valor e em volume anormal foram realizadas em torno de punições de Bruno Henrique nessa partida. As apostas teriam sido feitas por familiares do jogador e outras pessoas, cujas identidades estão sendo apuradas. A operação conta com a participação de mais de 50 agentes que cumprem 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Vespasiano (MG), Lagoa Santa (MG) e Ribeirão das Neves (MG). Entre os alvos estão o irmão de Bruno Henrique, sua cunhada, primos e amigos.
Os mandados foram autorizados pela Justiça do Distrito Federal e incluem a residência do atleta na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e o centro de treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu. Também foram realizadas ações na sede das empresas ligadas ao atleta em Lagoa Santa. Segundo a PF, o caso é de repercussão interestadual e exige repressão uniforme, como prevê a Lei 10.446/2010.
A investigação apontou que Bruno Henrique teria forçado a falta durante o jogo para atender a uma possível combinação entre ele e os apostadores, visando lucro nas casas de apostas. Dados obtidos junto às plataformas de apostas indicaram que parentes do jogador criaram contas pouco antes do jogo e realizaram apostas específicas sobre o recebimento de cartões pelo atacante.
Em nota, a assessoria de imprensa de Bruno Henrique informou que não vai se manifestar sobre o caso neste momento.
O Ministério Público do Rio de Janeiro declarou que o caso pode configurar crime de manipulação de resultado esportivo, previsto na Lei Geral do Esporte, com penas que variam de 2 a 6 anos de prisão.
O que diz o Flamengo
O Clube de Regatas do Flamengo tomou conhecimento, nesta data, da existência de uma investigação, ainda em curso, versando sobre eventual prática de manipulação de resultados e apostas esportivas.
O Clube ainda não teve acesso aos autos do inquérito, uma vez que o caso corre em segredo de justiça, mas é importante registrar que, ao mesmo tempo em que apoiará as autoridades, dará total suporte ao atleta Bruno Henrique, que desfruta da nossa confiança e, como qualquer pessoa, goza de presunção de inocência.
O Flamengo esclarece, por fim, que houve uma investigação no âmbito desportivo, perante o STJD, a qual já foi arquivada, mas não tem como afirmar que se trata do mesmo caso e aguardará o desenrolar da investigação.
O atleta segue exercendo suas atividades profissionais normalmente. Treina e viaja com a delegação nesta terça-feira, para Belo Horizonte.