Talvez nem o mais pessimista acreditasse num início de 2025 tão fora da curva e decepcionante do Cruzeiro. A soma de três técnicos, três vitórias em 12 jogos e uma eliminação no Campeonato Mineiro são parcelas para o resultado de um time em constante turbulência em dois meses, com muito a se explicar e, até o momento, longe de um voo tranquilo.
O início ruim é explicado por múltiplos fatores e com diversas digitais responsáveis. Em menos de 60 dias, o Cruzeiro já está no terceiro treinador, mesmo com Wesley Carvalho sendo considerado um interino.
Foi com ele – em duas semanas de trabalho – que o time teve melhor aproveitamento, conquistando duas das três vitórias que o time tem em 2025. Wesley ainda teve um empate e terminou com uma derrota no clássico e que tem peso importante.
A diretoria optou por manter Fernando Diniz para 2025, investiu financeiramente numa pré-temporada nos Estados Unidos – curta, claro – e em contratações que mexeram com o mercado como as de Fabrício Bruno, Dudu e Gabigol. Era de se esperar um melhor desempenho.
Mas os jogadores, com Diniz, entregaram só uma vitória (com os reservas), três empates e uma derrota. Leonardo Jardim tem poucos dias de trabalho, mas estreou com derrota para o Democrata GV, uma equipe sem divisão, e empatou os dois jogos da semifinal com o América-MG. Eliminado nos pênaltis, o português talvez seja o menos dos culpados.
Do elenco, alguns jogadores mostraram melhor desempenho. Jonathan Jesus tem tido atuações regulares e se firmou na zaga, junto de Fabrício Bruno. Matheus Henrique cresceu nos últimos jogos e também deixa boa impressão. Dudu não começou tão bem, mas é o ponto alto do setor ofensivo do Cruzeiro, que tem muito a melhorar. E só.
O restante do elenco ou alternou bons e maus momentos ou só ficou nos pontos negativos. Com alto investimento, o Cruzeiro ficou muito aquém. Ganhar apenas três dos 10 jogos de Estadual, e fechar a primeira fase com apenas a sexta melhor colocação entre 12 times, é pouco, muito pouco.
A semana agitada com a negociação frustrada do camisa 10 da equipe, Matheus Pereira, também é outro fator a ser levado em consideração. Por mais que o desempenho em campo não tenho sido afetado de forma brusca, o Cruzeiro foi penalizado com a ausência do jogador. Dos pênaltis perdidos contra o América-MG, o de Marlon é o que mais chama a atenção da forma como foi executado, passando muito longe do gol.
A SAF do empresário Pedro Lourenço investiu para montar um time competitivo, mas não viu isso acontecer até agora. Torcedores esperam que os responsáveis pelo departamento de futebol também expliquem as escolhas pela saída de Fernando Diniz, do que almejam com a contratação de Leonardo Jardim e os motivos pelos quais o Cruzeiro não teve resultados até agora.
O Cruzeiro mostrou e entregou pouco até agora. Completará o sexto ano sem o título do Campeonato Mineiro que, por mais que muitos digam que não, tem peso dentro e fora dos clubes.
Será um mês de somente treinos, sem competições e vendo, mais uma vez, um dos rivais estaduais levantar a taça de campeão. Semanas em que os torcedores esperam que surjam resultados e explicações para o início de ano tão ruim.