O deputado federal Filipe Barros (PL) fez um apelo ao Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), pedindo que avalie a possibilidade de enviar uma missão ao Brasil para monitorar as recentes decisões judiciais que impactam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O pedido foi formalizado em um ofício dirigido ao comissário da ONU, Volker Türke, na última sexta-feira (18/7), conforme informações obtidas pelo Metrópoles.
No documento, Barros, que também preside a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara, argumenta que Bolsonaro está sendo alvo de uma “perseguição seletiva”. Além de solicitar a missão da ONU, o deputado pediu que a ACNUDH mantenha uma vigilância oficial sobre o caso do ex-presidente e que Volker Türke busque “esclarecimentos junto ao governo brasileiro” a respeito da recente decisão judicial que o afetou.
Em iniciativas semelhantes, Filipe Barros também procurou apoio da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), requerendo esclarecimentos do governo brasileiro e a realização de audiências internacionais sobre a situação.
Atualmente, Jair Bolsonaro está enfrentando um processo no STF, onde é acusado de liderar uma organização criminosa que tentou perpetrar um golpe de Estado em 2022. Na última sexta-feira, ele foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), que incluiu buscas e apreensões, além de medidas cautelares, como a imposição de tornozeleira eletrônica e restrições ao uso de redes sociais.
De acordo com o ministro Alexandre de Moraes, que autorizou a operação, essas medidas foram necessárias para evitar uma possível fuga de Bolsonaro do país durante o julgamento em curso no STF. A PF alega que Bolsonaro, em conjunto com seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atuou para que sanções fossem impostas pelos EUA a autoridades brasileiras, com o intuito de obstruir os trabalhos do STF, o que poderia levar à sua condenação.
Essa operação contra Bolsonaro ocorre em um cenário em que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras para os EUA, um movimento que, segundo suas declarações, constitui uma retaliação política ao julgamento do ex-presidente no STF.