A Justiça de Belo Horizonte impôs uma condenação a Ingrid Miranda, de 43 anos, pela morte de seu parceiro, Marcos Antônio Soares, de 50 anos. O julgamento ocorreu no 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, onde a mulher recebeu uma pena de 10 anos, 6 meses e 15 dias de reclusão. O crime, que ocorreu em novembro de 2022, aconteceu na Ocupação Rosa Leão, localizada na zona Norte da capital mineira.
Ingrid foi julgada por um júri popular, que a considerou culpada pelos delitos de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. No entanto, a defesa conseguiu persuadir o tribunal a aceitar a argumentação de “homicídio privilegiado”, conforme o artigo 121, parágrafo 1º do Código Penal, sustentando que o crime foi cometido sob forte emoção após uma provocação injusta por parte da vítima. Essa consideração resultou em uma diminuição da pena de um sexto a um terço.
As penas combinadas para os dois delitos poderiam somar mais de 30 anos de prisão, sendo que o homicídio qualificado poderia resultar em uma pena de 12 a 30 anos, enquanto a ocultação de cadáver poderia acarretar de 1 a 3 anos. O juiz Luiz Felipe Sampaio Aranha decidiu que Ingrid cumpriria a pena em regime fechado, sem a permissão de recorrer em liberdade. Antes da sentença, ela aguardava o julgamento em liberdade, mas foi levada ao presídio após a condenação.
O inquérito da Polícia Civil, finalizado em 30 de janeiro de 2023, indicou que Ingrid agiu em um momento de fúria ao suspeitar de uma traição por parte de Marcos. Durante uma discussão, ela o estrangulou com um cabo de carregador de celular. Após cometer o crime, a mulher compareceu a uma missa e, em seguida, escondeu o corpo de Marcos sob a cama do casal.
A delegada responsável pela investigação, Ingrid Estevão, contou que Ingrid permaneceu na residência por aproximadamente uma semana após o crime, até que um dos filhos de Marcos começou a questionar o paradeiro do pai. A descoberta do caso ocorreu quando um parente foi buscar roupas na casa e percebeu uma quantidade excessiva de moscas.
Ingrid acreditava que não seria descoberta, mas a condição do corpo levou à sua captura. Ela ficou foragida por três meses, até ser encontrada na casa de seu pai, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O advogado criminalista Luan Veloso esclareceu que casos dessa natureza são submetidos a júri popular, pois envolvem crimes dolosos contra a vida, como homicídios. Além do homicídio, Ingrid também enfrentou acusações de ocultação de cadáver. O júri é composto por cidadãos comuns, selecionados a partir de uma lista, e a decisão final sobre a culpabilidade é de sua responsabilidade. O juiz, por sua vez, determina a pena com base na legislação vigente.