Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, acusado de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, em BH, na última segunda-feira (11), não estudou em nenhuma das faculdades mencionadas em seu currículo na rede social Linkedin, voltada para o mundo corporativo.
Em seu perfil, o empresário menciona que se graduou em Agronomia e MBA (Master of Business Administration) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Porém, a assessoria da instituição não encontrou nenhum registro com o nome do acusado.
A Universidade de São Paulo também descartou qualquer vínculo com Renê, que diz ter cursado mestrado em Agronomia na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), em Piracicaba. A faculdade disse que o empresário pode ter participado de algum curso de extensão, mas não gera diploma.
A Universidade Harvard, dos Estados Unidos, também desmentiu que o suspeito teria estudado na Escola de Negócios (Business School), localizada em Cambridge, estado de Massachusetts. “Não temos registro de nenhum indivíduo com esse nome e data de nascimento que tenha se formado em Harvard“, disse a instituição.
Renê também apresentar como diretor de negócios de uma rede de alimentos desde agosto. As falsificações em seu currículo podem ser incluídas no inquérito, que está em andamento na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O que se sabe sobre o empresário que matou gari em BH?
Na última segunda-feira (11), Renê saía da sua casa em Nova Lima para o trabalho, em Betim. No bairro Vista Alegre, na capital, ele se envolveu em uma briga de trânsito com Laudemir, que “estaria atrapalhando a passagem”. Antes de atirar no gari, ele ameaçou disparar na motorista do caminhão de limpeza urbana. Uma câmera de segurança mostra o carro do empresário chegando no local, além do trabalhador ferido após o tiro.
De acordo com registros judiciais, Renê foi condenado por homicídio culposo em 2011, após um acidente de trânsito no bairro Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Na ocasião, ele dirigia em alta velocidade e atropelou uma mulher de 50 anos, que não resistiu aos ferimentos. O caso foi registrado como acidente, mas resultou em condenação pelo crime.
Também no RJ, o empresário foi preso por violência doméstica 2003, quando agrediu a ex-esposa com duas vassouradas durante uma discussão na casa onde moravam, em Belford Roxo, na baixada. No depoimento, ele admitiu as agressões, alegando que perdeu o controle emocional. Além disso, há registros de crimes de extorsão e perseguição cometidos no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Renê é casado com a delegada Ana Paula Babino, da Polícia Civil de Minas Gerais. Em depoimento, ele disse que a arma é de propriedade dela, sendo apreendida pela perícia logo depois.
Ainda na delegacia, ele disse que seguiu a rotina do dia-a-dia ao sair de sua casa em Nova Lima às 8h07 rumo ao trabalho em Betim, na Grande BH, onde é diretor de uma empresa de alimentos saudáveis. Em seguida, ele almoçou, passeou com os cachorros e foi à academia de alto padrão no bairro Estoril, na capital, por volta das 16h, até ser preso.
Em nenhum momento, o homem teria assumido a autoria do crime, fato contestado pelas imagens. Na última quarta-feira (13), ele foi transferido do Ceresp Gameleira, em BH, para o presídio de Caeté, na região metropolitana. Ele divide cela com Matteos França Campos, de 32 anos, acusado de matar a mãe, a professora Soraya Tatiana Bonfim França, em julho, após uma discussão sobre dívida de jogo. A transferência ocorreu após ambos temerem retaliação de outros detentos por conta da repercussão dos crimes.
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