Por Oliveira Lima
Poucos times do futebol brasileiro adotam o esquema com três zagueiros, algo muito usual pelo mundo afora. Na cabeça do torcedor, time com três zagueiros é defensivo demais. Mas é justamente o contrário é que acontece. Com mais um zagueiro, os dois alas avançam, jogando como pontas. Questão matemática; fica 1 zagueiro a mais sobem 2 alas.
E os técnicos jovens em todo e qualquer lugar aderem a este esquema. E um deles chegou ao Brasil a pouco mais de um mês com esta ideia fixa; o argentino Nicolás Larcamón, comandante do Cruzeiro. No primeiro jogo do Mineiro, usou seus laterais como zagueiros: Palácios na direita e Marlon na esquerda e Neris centralizado. Na segunda rodada contra o Athetic, tirou Palácios e colocou Zé Ivaldo. Contra o Galo, com Neris suspenso, manteve o esquema com a entrada de João Marcelo. Hoje o trio de zagueiros do Cruzeiro é Zé Ivaldo, João Marcelo e Marlon.
A maior alteração é “prisão” do ala Marlon como zagueiro esquerdo. A ideia que ficou dele ano passado é de um ala muito ofensivo, é verdade. Aliás, Marlon foi o defensor que mais tomou bola do adversário no Campeonato Brasileiro de 2023, e o time dele, o Cruzeiro, foi a melhor defesa do certame, ao lado do Galo. Neste ano até agora, Marlon virou zagueiro, qualificando a saída de bola de 3, termo usado hoje.
Mas Marlon vai virar daqui pra frente novamente ala, como ano passado. Com a chegada do argentino Lucas Villalba, zagueiro canhoto, Cruzeiro ficará mais forte ainda no ataque, com os alas ofensivos, William e Marlon, e uma zaga forte com Zé Ivaldo, João Marcelo e Villalba. Do meio pra frente, composição com Romero e Lucas Silva, como volantes e Mateus Pereira na armação. No ataque várias opções para um ponta e um centralizado: que tal Dinenno e João Pedro?