Por Oliveira Lima
Em dois anos de SAF, nas mãos de Ronaldo Fenômeno, o Cruzeiro já teve 5 treinadores. É muito em tão pouco tempo. Esta é a média anual para os times associativos, aqueles que não são clubes-empresa. Geralmente quem é SAF ou outro modelo, como, por exemplo, o RB Bragantino, é costumeiro um técnico ficar por muito tempo, num modelo europeu.
Cinco treinadores no Cruzeiro SAF até agora é por conta do desastroso ano de 2023, quando o time sofreu para evitar o rebaixamento. Erro foi demitir o português Pepa, (Ronaldo não acreditou na reação do time com ele). Como era meio de temporada no exterior, sem opção, Zé Ricardo foi escolhido e não fechou o ano. Cruzeiro não tinha saída e com opção zero, Paulo Autuori e Fernando Seabra, homens da casa, salvaram o time.
Se tivesse acreditado em Pepa, certamente o Cruzeiro teria sofrido menos e confirmaria a sequência de técnicos estrangeiros, iniciado pelo incrível e histórico Paulo Pezzolano, uruguaio que subiu o time em 2022, inclusive com a taça de Campeão da Série B. Pezzolano quis a Europa em 2023 e rapidamente o Cruzeiro achou o português Pepa. O hiato de Zé Ricardo e Autuori/Seabra no final do ano e neste 2024 vem outro estrangeiro: argentino Nicolás Lárcamon.
E por que sempre um estrangeiro tem preferência para Ronaldo? Treinadores brasileiros estacionaram seus conhecimentos, muito por conta do imediatismo que domina diretores, torcedores e imprensa. O Brasil não revela mais treinadores e os veteranos pisam em brasa. Há apenas uma belíssima exceção: Tiago Carpini, revelado no Água Santa/SP e depois no Juventude/RS. O Cruzeiro iniciou conversas com ele, mas olhou para Lárcamon. O São Paulo levou Carpini.
SAF a princípio é ideia nova e por isso com jovens jogadores e comandantes também. Gente verdadeiramente profissional, que estuda o dia inteiro, que revolucionam sempre. É incrível como a SAF do Cruzeiro consegue achar treinadores estrangeiros que ninguém nunca ouviu falar. Os caras chegam, veem e vencem.