É difícil fugir do clichê da superação ao falar da vitória do Cruzeiro sobre o Tombense, por 1 a 0, na estreia do Mineiro, pouco mais de 24 horas após jogar diante do Atlético nos Estados Unidos. Mas, para além disso, o time conseguiu dar mais uma amostra positiva sobre a qualidade do elenco.
Em que pese a fragilidade do Tombense, que vem caindo de nível desde o ano passado, o Cruzeiro construiu a vitória com relativa tranquilidade. Um jogo com boas amostras coletivas – mesmo sendo time completamente reserva – e individuais.
Dos titulares no clássico de sábado, somente Cássio seguiu no time. Fabrício Bruno, Matheus Pereira e Gabigol sequer foram relacionados, e Matheus Henrique foi o único acionado na segunda etapa. As ausências, porém, não influenciaram no andamento da partida.
Desde o primeiro minuto, ficou claro que a postura do Tombense seria a de se defender em blocos baixos, esperando o Cruzeiro no campo de defesa para reduzir o espaço de criação. Mas, mesmo com jogadores que não são considerados titulares, o time manteve o estilo proposto por Diniz. Teve mais posse, conseguiu boas tramas através de aproximações e foi seguro nas raras escapadas rápidas do adversário.
O gol era questão de tempo para o Cruzeiro no primeiro tempo. Ainda que não tenha havido um volume tão grande de chances claras, o time tinha tramas interessantes e se aventurava também em bons chutes de fora da área. Passou perto com Fagner, Tevis e Marquinhos, mas Bolasie não perdoou. Boa jogada de Christian – o melhor em campo – para o congolês marcar pela primeira vez com a camisa celeste.
O segundo tempo, já com peso físico, foi de administração do resultado. O Tombense se fez mais presente, principalmente nos 15 minutos finais, mas Cássio não trabalhou, diferentemente de Matheus, que evitou gols de Rodriguinho e Christian, além de ver Vitinho assustar. Vitória segura e pontos que ganharam em importância diante do contexto deste início de ano.
É claro que o mundo ideal seria o Cruzeiro ter todos os jogadores à disposição, até mesmo para Fernando Diniz seguir em busca do entrosamento para aquele time que é considerado por ele como ideal para este momento. Por outro lado, dar minutos a quem surge como composição também tem muito valor, inclusive para ver onde cada um se encaixa, principalmente do meio para frente.
Marquinhos e Tevis, jogando respectivamente pela direita e pela esquerda, foram perigosos como “pontas de pernas invertidas”. Bolasie, extremo de ofício, surge como alternativa para Gabigol em um momento que Diniz não tem Dinenno e nem Kaio Jorge. Christian, volante desde a formação, aparece bem como meia, com importantes infiltrações, assim como Vitinho, acionado pela primeira vez neste início de ano.
Assim como havia sido no segundo tempo dos jogos nos Estados Unidos, o elenco do Cruzeiro deu uma resposta interessante – ainda que pese o nível do elenco. Na prática, os jogadores vão dando respostas positivas no início de um trabalho que, na teoria, é promissor.