Por Oliveira Lima
Por força de sobrevivência, o Cruzeiro foi o primeiro clube brasileiro a se tornar SAF. Foi no dia 17 de dezembro de 2021, num processo que durou quase um ano, sob o comando do presidente Sérgio Rodrigues. O Cruzeiro era então o precursor da SAF. Quatro meses depois, em 14 de abril, Ronaldo Fenômeno anuncia a compra do Cruzeiro, 90% das ações. A notícia épica abriu Jornal Nacional, da TV Globo. Foi um dia histórico para o futebol brasileiro. SAF é definitivamente a salvação dos clubes brasileiros.
E tudo é diferente do modelo associativo, arcaico e suspeito, como a gente vê até hoje. Por um simples detalhe: No associativo, um presidente deixa a conta para seu sucessor e “quebra o clube”. No modelo da SAF, o dono paga do seu bolso a sua má administração. Muita coisa é bem diferente nesses dois mundos. E um deles é a escolha do treinador do time. Muitos associativos apostam em técnicos renomados, manjados. Já as SAFs, com dirigentes mais jovens, apostam em técnicos mais jovens. São dois mundos completamente diferentes!
As cabeças do Cruzeiro de Ronaldo Fenômeno, que se mudou aos 18 anos para a Europa, tem dois ex-jogadores no comando: Paulo André(que um dia jogou no Cruzeiro) Elias(que um dia jogou no Galo), além daqueles que nunca calçaram chuteiras na vida: Pedro Martins e Gabriel Lima. Com dinheiro na conta do chá, descobriram três técnicos do modelo desejado;jovens, baratos, competentes e profundos estudiosos.
Em 2022 encontram o uruguaio Paulo Pezzolano, que estava no México, ganha o Brasileiro da Série B com os pés nas costas e recoloca o Cruzeiro na Série A. Ano passado trazem Pepa, português desconhecido e o time joga bem. Muita gente foi contra a sua demissão. O time dele tinha esquema interessante que parou nos maus resultados. Neste começo de ano SAF cruzeirense sondou a jovem revelação brasileira, Tiago Carpini, e acabou descobrindo um argentino: Nicolás Larcamón, que em apenas 1 mês e em um jogo só(2×0 no Galo) mostrou do que é capaz. É assim, a SAF é ainda coisa nova, que aposta em técnicos novos. Este é o caminho. O caminho do estudo, da entrega total, do conjunto, do bem comum, que caracterizam os novos dirigentes. Graças a Deus!
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