Por Oliveira Lima
A capacidade do futebol brasileiro em se desorganizar beira à insanidade! Entra ano, sai ano, clubes ao lado das Federações e CBF, conseguem piorar o que seria impossível piorar. Um calendário maluco, com jogo em cima de jogo e os famigerados campeonatos estaduais ocupando datas que não deveriam ocupar, propiciou uma verdadeira epopeia neste final de semana.
Em plena pré-temporada, preparação para as extensas competições de 2025, o Cruzeiro teve que jogar duas partidas seguidas num intervalo de 24 horas. E mais ainda foi se deslocar da América do Norte para a América do Sul, ou seja: de um Hemisfério a outro, percorrendo uma distância de 6.810 kms, saindo de Orlando na Flórida/EUA, chegando à Belo Horizonte.
No sábado jogou simplesmente contra seu maior adversário, o Galo, num amistoso de pré-temporada, que de amistoso não teve nada, se transformando em final de Copa do Mundo num jogo até violento. O time titular jogou 65 minutos e o reserva atuou por mais 40. Jogo contra o Galo terminou na Flórida às 19 horas. Num voo fretado encarou 12 horas na viagem de volta à BH. As 10 da manhã deste domingo conseguiu chegar ao hotel. Descansou e se alimentou por 8 horas e as 20 horas entrou em campo para pegar o Tombense, jogo inaugural do Campeonato Mineiro no Mineirão. No resumão: Em 24 horas, viajou 12, descansou e se alimentou 8, trasladou 4 e jogou.
Quem viveu esta saga foi o time reserva e o goleiro Cássio, mais 6 titulares que ficaram no banco, com Mateus Henrique que entrou aos 26 do segundo tempo contra o Tombense. Cássio, Fagner, Jonathan, Villalba, Kaike/ Wallace, Lucas Silva, Cristian e Marquinhos/ Bolasie e Tevis, time reserva que jogou os últimos 40 minutos contra o Galo nos Estados Unidos e 24 horas depois entrou em campo para vencer o Tombense. O titular Mateus Henrique jogou 30 minutos. Já os outros titulares Willian, João Marcelo, Marlon , Lucas Romero, Eduardo viram tudo do banco de reservas. Fabricio Bruno, Mateus Pereira, Gabigol e Dudu viram o jogo de casa(se é que viram).
De fato, num calendário louco e desumano, os jogadores viveram uma verdadeira saga, digna de contar para futuras gerações. E não duvidem que algo mais louco e desumano ainda possa acontecer, pois do futebol brasileiro, nada se pode duvidar.