Por Oliveira Lima
Numa cultura futebolística enraizada no País, de que técnico que acumula de três à cinco jogos sem vencer , balança e cai, a situação do jovem treinador do Cruzeiro, Fernando Seabra, parece insustentável. Outro fator que constata esta máxima do nosso futebol é que em média um comandante de time é trocado a cada 4 ou 5 meses e Seabra completou 4 meses e meio à frente do Cruzeiro.
Eleito o melhor treinador do turno deste difícil campeonato Brasileiro ( e o Cruzeiro eleito o melhor futebol), Seabra vai do céu ao inferno em pouco tempo: chega em 11 de abril como espécie de tampão, pois se aproximava o Brasileirão e em curso a luta pela classificação direta às oitavas da Copa Sul-Americana. Inicio dele é pra lá de surpreendente, colocando o Cruzeiro na parte alta da tabela do Brasileirão e garante vaga na Sula em sua fase de mata-mata.
Se torna imbatível no Mineirão, onde segue invicto, e onde conquistou 8 vitórias seguidas, time vinha muito bem até o início do returno, quando há um mês atrás goleia o líder Botafogo, em pleno Nilton Santos, por 3×0, assustando o País. Mas um dia chega a oscilação, grande vilão dos treinadores(seja qualquer um: Tite ou Abel Ferreira). Ao deixar de ganhar do Internacional nesta quarta-feira, completou cinco jogos sem vitórias com 3 empates e 2 derrotas.
Nestes últimos 20 dias, a vida de Seabra se tornou um inferno, pois no dia 5 deste mês de agosto perde em Cariacica de 2×1 para o Fortaleza, hoje líder do Brasileirão. depois amarra o Galo em casa, num empate sem gols. Em seguida arranca outro empate heroico em Salvador diante do Vitória e, exaurido, foi presa fácil na derrota de 1×0 para o Inter, jogo do returno em Porto Alegre.
E teve a chance de sair deste inferno, no último confronto contra o Inter, agora em jogo remarcado do turno, no MIneirão, com tudo favorável: ,melhor mandante do certame, teve mais dois itens à seu favor: zagueiro uruguaio Austuiín Rogel foi expulso aos 30 minutos do primeiro tempo, com o Cruzeiro com um jogador mais por mais de uma hora e na reta final do jogo a grande chance jogada fora: Penalti para ganhar, mas Kaio Jorge bate mal e deixa a vitória tão importante escapar.
Talvez aí o erro de Seabra: partida decisiva, para apaziguar a fase ruim, ele deixou que Marlon, segundo melhor batedor de pênalti do time, passar a bola para o atacante, que vem em fase ruim. Seria para reabilitar Kaio Jorge, mas isso só é permitido quando a vitória já está garantida, o que não é o caso. Errou Fernando Seabra!
Convenhamos que se não vencer o lanterna Atlético Goianiense em BH neste domingo às 11 da manha no Mineirão, Seabra será demitido. Tem ainda os confrontos contra o Libertad pelas quarta da Copa Sul-Americana, jogos encravados com a sequência do Brasileirão: São Paulo, Cuiabá e Vasco. Seabra veio como “tampão” que deu certo, mas na primeira oscilação(e se ela demorar passar) seu cargo ficaria à perigo, o que está acontecendo agora. E Não é segredo para ninguém que tanto o dono do clube, Pedro Lourenço, quanto o CEO Alexandre Mattos, morrem de amores pelo técnico Cuca.
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