Por Oliveira Lima
O futebol brasileiro ficou chocado na noite desta 4ª feira, quando o Cruzeiro, o maior vencedor da Copa do Brasil, foi eliminado logo na estreia da competição, pelo Sousa da Paraíba. Certo que o risco de eliminação em apenas um jogo é muito grande, até para quem é muito favorito, mas regulamento é para ser cumprido. Cruzeiro tinha a vaga na mãos ate aos 44 minutos do segundo, quando o tomou gol e depois a eliminação foi concretizada com o 2º gol aos 49.
A eliminação do maior vencedor da Copa do Brasil virou assunto nacional. Além deste “titulo” de maior, o Cruzeiro joga a Série A do Campeonato Brasileiro, o Souza joga a serie D. O Cruzeiro, ainda em reconstrução, ostenta entre os times da Série A a quarta menor folha de pagamento: 8 milhões por mês(O Flamengo, a maior, passa de 33 milhões). Mesmo assim há um abismo entre o Cruzeiro e Sousa. A folha do Cruzeiro é 40 vezes mais que a do Sousa, hoje em 230 mil reais.
Esta foi a maior eliminação do Cruzeiro pela Copa do Brasil. Antes de ganhar o bi da competição diante do Palmeiras em São Paulo, em 1996, o Cruzeiro foi brutalmente eliminado pelo Santa Cruz do Recife em pleno Mineirão pelo placar de 1×0, quando o empate lhe classificaria. Mas foi numa 8ªs de final. Recentemente foi eliminado na 3ª fase pelo Juazeirense da Bahia e pelo CRB de Alagoas, também na 3ª fase, mas um Cruzeiro que ainda era time da Série B.
Cruzeiro nunca foi eliminado antes de “uma” 3ª fase! Foi agora, desmanchando um processo de pelo menos chegar às 8ªs e sonhando até à uma final. Perder para o Sousa de 2×0 e sair logo na 1ª fase, composta de um jogo só, é um desastre sem tamanho: desastre financeiro, esportivo, anímico e tudo mais que se possa pensar. Não se pode chamar de vergonha, pois o time se matou em campo. Não é terra arrasada. É momento de reflexão, pois o jogo segue: reta final do Mineiro, Campeonato Brasileiro e Copa Sul-Americana pela frente.
Afinal de contas as zebras sempre acontecem, agora com mais facilidade nas primeiras fases, por serem de apenas um jogo. Afinal de contas, o Palmeiras não morreu quando caiu pelo Asa de Arapiraca. Nem o Grêmio pelo Mirassol muito menos o Inter pelo Globo-RN dentre outros no meio da competição. Nem os times grandes que perderam o título na decisão, casos de Botafogo diante do Juventude em 1999, em pleno Maracanã, mesmo palco da perda do título do Flamengo para o Santo André em 2004 e Fluminense diante do Paulista de Jundiaí no ano seguinte. Aliás, se serve alento, o Galo, rival do Cruzeiro, se tornou campeão do Brasil e da Copa do Brasil em 2021, depois que foi eliminado pelo Afogados de Ingazeira.