Por Oliveira Lima
Sempre é bom lembrar que não se pode exigir e nem esperar que times em reconstrução venham ganhar as grandes competições nacionais e internacionais. E isto vale para qualquer parte do planeta. A Europa nos traz dois exemplos claros de times tradicionais: Manchester United da Inglaterra, que viveu a última glória com Alex Ferguson, o Barcelona da Era Guardiola e Messi e aqui do outro lado do mundo, o Cruzeiro, um gigante até 2019. Todos eles em reconstrução, sendo Barcelona e Cruzeiro, clube e time e o United, o time.
Manchester United tem muito dinheiro, falta construir um time. Barcelona teve que vender parte do patrimônio para atender o fair play de La Liga e construir um time também. Já o Cruzeiro é a reconstrução mais difícil de qualquer time do mundo. Uma dívida bilionária e poucos recursos. Nesta janela de começo de ano teve que investir em jogadores bons e baratos e forçosamente, buscou na sua base, jovens promissores. Não havia outra saída.
Ao ganhar o clássico contra o Galo por 2×0 na última rodada, ganhou principalmente um alento de que está no caminho certo. Ganhou pelo conjunto, na técnica e na determinação também e na humildade, como destacou o técnico Larcamón. E principalmente ganhou na força dos seus jovens talentos, pois fechou o jogo com 4 da base, 3 que entraram no decorrer do jogo; Robert, Ian Lucas, Japa e João Pedro, este último com um brilho individual impressionante.
A vitória mais que merecida de 2×0 deixou um alento ao Cruzeiro. Vencer seu principal rival de novo na casa dele, mostrou um clube e um time no caminho certo. Pés no chão, reconhecimento de suas possibilidades, humildade e muita concentração. Reconstruir um clube e um time leva muito tempo e torcedor precisa ter fé fé e paciência, como disse o próprio comandante, também um jovem treinador.