Por Oliveira Lima
O Brasil é o Rei da América nos últimos 6 anos, vencendo todas as edições da Copa Libertadores e em quatro delas, fez final totalmente nacional, ou seja, com os dois times sendo do nosso país. Esse domínio se estende aos últimos 15 anos, de 2010 pra cá, o Brasil ganhou 11 vezes, significando 72% das conquistas. E se ganhar este ano se igualará à Argentina que era de longe o país mais vencedor, distancia hoje em apenas 1 competição.
Neste ano são 7 brasileiros e qualquer um deles pode ganhar, mas os mais favoritos são Flamengo, Palmeiras, Botafogo e Internacional, ou seja 4 times. Fora do Brasil o único que pode furar essa bolha é o argentino River Plate. Todo mundo sabe disso, principalmente a Conmebol, que está louca para quebrar essa enorme hegemonia brasileira.
E neste momento um grande detalhe dá esperança à Conmebol e ao River Plate: o insano e desumano calendário do futebol brasileiro. Estamos apenas na metade da fase de grupos da Copa Libertadores e também da Copa Sul-Americana e já tem muito time brasileiro deixando de lado essas competições internacionais: e o motivo é um só: tem jogador já estourado ou à beira disso, na questão física. Assim é preciso “descansar” jogadores, evitando que eles se arrebentem de vez e o clube perder esse jogador pelo resto da temporada.
E porque se chegou à este ponto? Simples a resposta! Jogadores brasileiros tiveram suas férias encurtadas e uma pré-temporadas extraída em até 2/3, ou seja de apenas uma semana ao invés de quatro. Tiveram que jogar os campeonatos estaduais, que não valem nada à não ser para torcedores fanáticos, CBF e Federações Estaduais. Na clareza do futebol foram dois meses e meio jogados fora, e que pesaram na manutenção física dos atletas. Resultado é que todos os times, 14 nas competições da Conmebol, estão com jogadores desgastados fisicamente e mentalmente também.
E para não perder seus jogadores, os times tem que poupá-los e como os jogos da LIberta e Sula são mais disputados, principalmente fora de casa, muitos brasileiros mandaram à campo times mistos ou até totalmente reserva, caso do Fluminense, no jogo contra o Union Espanhola no Chile, em que nem o técnico Renato Gaúcho foi. Nessa mesma Sul-americana nesta rodada deste meio de semana, exceto o Vasco, todo mundo poupou jogadores, sendo o Cruzeiro o que mais lançou mão dos reservas, além de jogadores machucados. O Galo por exemplo contra o Caracas perdeu 8 jogadores, sendo 5 titulares.
Resultado disso é que hoje, dos 7 times brasileiros da Sula, somente o Fluminense entrou na rodada como líder de grupo. Na Libertadores, dos 7 apenas dois estão na ponta: Internacional e Palmeiras. Sendo assim são 5 times abaixo, e muito abaixo, jogando menos que o esperado na Libertadores e 6 abaixo na Sul-Americana. Tudo isso por causa dos “malditos” campeonatos estaduais, que só servem aos interesses políticos e financeiros dos dirigentes das Federações e da CBF. Sendo assim a Conmebol e o River Plate agradecem.