Por Oliveira Lima
Em 2019 o Flamengo, time mais popular da América, teve o seu ano de ouro. Ganha com sobras o Brasileiro e com drama na final a Libertadores. Disparadamente o melhor time da América, ano mágico com Gabigol em campo e Jorge Jesus comando técnico. Vira bicampeão brasileiro no ano seguinte com Rogério Ceni e em 2022 volta vencer a Libertadores, sob comando de Dorival Júnior, que leva ainda a Copa do Brasil. Em quatro anos abocanha duas Libertadores, dois Brasileiros e uma Copa do Brasil. Quatro anos, cinco títulos máximos.
Mas aquele time acabou em 2023. Ano passado não ganhou nem sequer o Carioca, perdido para o Fluminense. E sempre cotado para ganhar qualquer competição que disputar. Nenhuma novidade em termo de favoritismo neste 2024. Deitou e rolou no Campeonato Carioca, do qual foi campeão, mas a discrepância com relação aos adversários é tão grande que não serve de base.
Cotado ao lado Palmeiras e Atlético Mineiro para ganhar as duas competições nacionais (Brasileiro e Copa do Brasil) e a Libertadores, time do técnico Tite vive um drama: Ser eliminado ainda da fase de grupos da Liberta. Time ainda gera desconfiança no Brasileiro e na Copa do Brasil ainda não pegou time grande. Essas duas ultimas competições tem como melhorar, pois tem tempo para tal. Mas a Copa Libertadores não, é pra já.
Flamengo foi sorteado num grupo muito fácil, com uma única dificuldade: a altitude de La Paz, onde joga o Bolívar. De todos os grandes é considerado no começo o maior favorito à chegar às oitavas de final. Mas num grupo batizado de “molezinha”, vem colecionando decepção: 3º lugar num grupo que tem Bolívar, Palestino do Chile e Milionários da Colômbia é inconcebível. Esperava-se que fizesse 16 ou 18 pontos, brigando pela 1ª colocação geral, o Flamengo corre o risco sério de nem se classificar, de não passar da fase de grupos.
Tem apenas 6 pontos em 4 jogos, com 1 vitória( 2×0 no Palestino no Maracanã e jogando mal), 1 empate (1×1 Milionários em Bogotá) e 2 derrotas recentes(2×1 para o Bolívar em La Paz e 1×0 para o Palestino em Coquimbo). E o pior de tudo: não depende mais só de si para se classificar, nem mesmo em segundo lugar. Não ultrapassa mais o Bolívar e está atrás do Palestino, com quem não joga mais. Tem que fazer contas, mesmo ganhando seus dois jogos finais: em casa contra Bolívar e Milionários.
Eis a principal conta: ganhar seus dois jogos e ainda secar o Palestino, que não pode ganhar seus dois jogos( Bolívar e Milionários). Claro que se ganhar, quem perde duas é o Bolívar(no caso derrotado pelo Flamengo e Palestino), mas neste caso os bolivianos têm vantagem no saldo de gols(Bolívar tem 6, Flamengo tem 0). Matematicamente o Flamengo tem chances até mesmo se fizer mais 4, 3 ou 2, mas aí a dependência dos outros é absurda. Sendo assim , o time mais rico da América, com o 3º ano consecutivo num orçamento acima de 1 bilhão de reais, pode ver a conquista da América distante e do sofá.