Por Oliveira Lima
Atlético Mineiro conquistou neste domingo o “pentacampeonato Mineiro”, numa vitória de virada sobre o Cruzeiro no Mineiro lotado, num placar final de 3×1, fazendo a festa para zero torcedor, pois só cruzeirenses estiveram presentes, por conta de um regulamento absurdo imposto por autoridades incompetentes, que vão instituindo a lei da torcida única. É a 3ª vez que o Galo chega ao penta, sendo a primeira nos anos 50 e a segunda nos anos 80, quando foi hexa.
E tudo dentro do esperado! A distância entre Atlético e Cruzeiro nunca foi tão acentuada nos 98 de história desta rivalidade. Em todas as pesquisas realizadas em janeiro deste ano apontavam o Atlético Mineiro como o maior favorito, dentre todos do Brasil, à ganhar o Estadual, mesmo sendo um outro clube grande como oponente. Nem mesmo nos idos de 1965 a 1969, aquele timaço do Cruzeiro de Tostão, Dirceu Lopes, Raul Natal ,Piazza quando foi penta e campeão do Brasil, a distância era tão grande. Nem mesmo o timaço do Galo do fim dos anos 70 e começo de 80, de Reinaldo, Cerezo ,Luisinho, Paulo Isidoro, Eder, Marcelo, a soberania fora tão grande.
Tudo isso por duas situações claras: Atlético Mineiro, inicialmente com os mecenas, depois donos do clube, bancando tudo e formando exatamente em 2020, um dos melhores elencos do Brasil e o Cruzeiro, implodido exatamente no final de 2019, falido em 2021. Exatamente neste período inicia a soberania atleticana: ele baseado nos empresários Menin e o Cruzeiro tendo que pedir dinheiro emprestado a jogadores e treinadores para por comida na mesa da Toca da Raposa.
Nestes 5 anos e 4 meses, o Galo se tornou um dos melhores time do Brasil, conquistando em 2020, Brasileiro ,Copa do Brasil e inicia o penta, confirmado neste domingo. Cruzeiro jogou 3 anos seguidos a Série B brasileira e foi à final mineira apenas por duas vezes, perdendo ambas. Vale lembrar que por um ano nem sequer ficou entre os 4 primeiros e outro ficou em 3º.
Neste período, o Galo tenta o sonho da Libertadores novamente, caindo sempre em mata-mata. Para o Palmeiras em oitavas, quartas e semifinal. O Cruzeiro luta para não ser rebaixado novamente à série B. São dois mundos completamente diferentes. Enquanto o Galo, mesmo com dívida alta, se sustenta nos milhões de seus donos, o Cruzeiro em 2022 ressuscitou não do “zero”, mas sim de “menos um bilhão”. Um clube que tem hoje 2 anos e 4 meses de nova vida. Os mundos são muito distantes.