Não é exagero dizer que a seleção argentina está entalada na garganta dos brasileiros. Além de ser a atual campeã mundial e sul-americana, a nossa maior rival levou vantagem nos últimos confrontos diretos e, inclusive, deu volta olímpica no Maracanã em 2021, ao conquistar a Copa América e acabar com jejum de títulos que durava 28 anos.
Nesta terça-feira, o Brasil volta a Buenos Aires tentando mudar este cenário e pôr fim a três tabus contra a Argentina. O duelo acontece às 21h (de Brasília) e é válido pela 14ª rodada das Eliminatórias.
O mais longo destes tabus é no Monumental de Núñez, estádio que recebe a partida desta noite. Lá se vão quase 30 anos desde que a Seleção ganhou pela última vez no local. Foi em amistoso em 8 de novembro de 1995, vencido por 1 a 0, com gol do estreante Donezete Pantera.
Naquela época, os atuais campeões mundiais eram os brasileiros, que já iniciavam um processo de renovação sob o comando de Zagallo. Já os argentinos não tinham mais Maradona, mas contavam com uma geração promissora, de Zanetti, Simeone, Gallardo, Ortega e Batistuta.
De lá para cá, foram quatro jogos no Monumental, com um empate e três vitórias argentinas. O último clássico no estádio aconteceu em 2015 e teve de ser realizado um dia depois do previsto. Isso porque uma tempestade alagou o campo e obrigou o adiamento da partida, que acabou empatada em 1 a 1.
Na Argentina, a Seleção não vence há quase 16 anos. A última vez foi em 5 de setembro de 2009, quando o Brasil comandado por Dunga bateu a rival que tinha Maradona como treinador.
Como forma de pressionar o adversário, a Federação Argentina levou a partida para o Gigante de Arroyito, em Rosário, mas a troca não deu resultado. Luisão e Luis Fabiano (duas vezes) marcaram os gols da vitória do Brasil por 3 a 1 – Dátolo descontou. Com 22 anos na época, Messi foi titular, mas teve atuação discreta.
Desde 2019 o Brasil não sabe o que é ganhar da Argentina. Naquele ano, a Seleção bateu a rival na semifinal da Copa América por 2 a 0, no Mineirão. Depois disso, três vitórias alvicelestes e um empate.
Apesar da superioridade recente dos hermanos, o retrospecto do confronto é bastante equilibrado. Nas contas da CBF, o Brasil tem 43 vitórias, 40 derrotas e 26 empates. Já a federação argentina adota critérios diferentes, no qual leva pequena vantagem: 40 vitórias, 39 derrotas e 26 empates.
Argentina e Brasil escrevem nesta terça-feira mais um capítulo da história de um dos maiores clássicos do mundo. Às 21h (de Brasília), as seleções se enfrentam no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, pela 14ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.
Após 20 anos, o clássico volta a ser realizado sem a presença de Messi ou Neymar em campo.
Se por um lado faltam os craques, por outro sobra rivalidade. Raphinha tratou de colocar ainda mais lenha na fogueira com declarações polêmicas em entrevista a Romário. O atual camisa 11 do Brasil prometeu gol e falou em “porrada neles. No campo e fora se tiver que ser”.
O momento dos argentinos é melhor. A seleção alviceleste vem de vitória sobre o Uruguai, fora de casa, lidera as Eliminatórias com 28 pontos e pode entrar em campo já classificada para a Copa do Mundo se a Bolívia não ganhar do Uruguai, em jogo que começa às 17h. Um empate com o Brasil garantirá a vaga no Mundial independentemente dos outros resultados da rodada.
Já o time comandado por Dorival Júnior ainda busca ter mais regularidade e melhor desempenho. Terceira colocada das Eliminatórias, com 21 pontos, a Seleção ganhou da Colômbia na última rodada, por 2 a 1, com gol nos acréscimos.
O Monumental estará lotado esta noite. Cerca de 85 mil ingressos foram vendidos antecipadamente.
A seleção brasileira tenta acabar com um jejum de vitórias em solo argentino que já dura 16 anos.
A Seleção vai a campo com um time bastante modificado em relação ao que iniciou o duelo contra a Colômbia, na última quinta. Quatro alterações foram forçadas: Gabriel Magalhães e Bruno Guimarães estão suspensos, Gerson machucou a coxa esquerda, e Alisson não pode jogar após ter sofrido um choque na cabeça no último jogo. Nos lugares deles entrarão Murillo, André, Joelinton e Bento.
Além disso, o técnico Dorival Júnior decidiu fazer mais duas trocas por opção: Wesley entra na vaga de Vanderson, na lateral-direita, e Matheus Cunha substitui João Pedro no ataque.
Provável Seleção Brasileira: Bento, Wesley, Marquinhos, Murillo e Guilherme Arana; André, Joelinton e Raphinha; Vini, Rodrygo e Matheus Cunha. Técnico: Dorival Jr.
Pendurados: André, Joelinton, Matheus Cunha, Raphinha, Rodrygo e Vini Júnior.
Os donos da casa contarão com um importante reforço nesta noite. Rodrigo De Paul, que ficou fora do duelo contra o Uruguai por um desconforto muscular, volta a ser titular. A expectativa é de que ele entre no lugar de Giuliano Simeone. O restante do time será o mesmo que iniciou na sexta-feira, em Montevidéu.
Provável Seleção Argentina: Dibu Martínez; Molina, Romero, Otamendi e Tagliafico; Rodrigo De Paul, Leandro Paredes, Enzo Fernández, Alexis Mac Allister; Thiago Almada e Julián Álvarez. Técnico: Lionel Scaloni.
Arbitragem: Árbitro: Andres Rojas (Colômbia); Assistentes: Alexander Guzman e Richard Ortíz (ambos da Colômbia); 4º árbitro: Carlos Betancur (Colômbia); VAR: John Perdomo (Colômbia).